O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, informou na noite desta terça-feira que somente hoje o governo federal dará respostas para as reivindicações da Marcha Nacional pela Reforma Agrária.
"Não há nenhum ponto decidido até o momento. Vamos debater o que nos foi apresentado. São todos temas importantes. Estamos analisando e informaremos a direção da Marcha ao longo do dia", disse Rossetto, em entrevista coletiva.
Na noite desta terça-feira (17), após três horas de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná, Roberto Baggio, informou que governo e MST chegaram a alguns acordos, como o compromisso do presidente Lula em liberar, até dia 31, parte dos recursos previstos no Orçamento da União para assentar 115 mil famílias neste ano.
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Segundo o coordenador, serão liberados mais R$ 700 milhões para desapropriação de terras e também que está assegurada a meta do governo de assentar até o final do mandato 430 mil famílias. Baggio disse que o governo ainda se comprometeu a contratar 1.800 novos funcionários para o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), a fim de acelerar as ações em torno da reforma agrária.
O coordenador do MST no estado de Pernambuco, Jaime Amorim, que também participou da audiência, disse que o movimento vai continuar lutando para atingir seus objetivos. Segundo ele, o maior impasse com o governo ainda é em torno da criação de uma linha de crédito especial para os assentamentos.
Pancadaria
Houve conflito com a Polícia Militar do Distrito Federal durante a concentração dos manifestantes sem-terra da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, em frente ao Congresso Nacional. A confusão começou por volta das 17h30, quando os sem-terra tentaram entrar no prédio do Congresso. Barrados pelos policiais militares que faziam a proteção do parlamento, alguns manifestantes cercaram uma viatura da PM que estava próxima ao espelho d’água do Congresso.
O major Eviton, responsável pelo comando da operação, informou que, no confronto, um soldado teve o nariz quebrado por uma pedrada e foi encaminhado ao Hospital de Base.
Outros tiveram escoriações leves nos braços. Do lado dos sem-terra, pelo menos oito pessoas foram levadas ao Hospital de Base pelas ambulâncias do Corpo de Bombeiros. Segundo os para-médicos, nenhum dos manifestantes atendidos apresentava quadro grave.
Informações da ABr