Investir no ensino médio profissionalizante só faz sentido à medida em que são criados postos de trabalho devidamente remunerados. Essa é a avaliação do professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gaudêncio Frigotto, um dos palestrantes da 1ª Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, encerrada nesta quarta-feira (8).
"A profissionalização só tem sentido se a sociedade criar empregos", diz o professor. Ele explica que a maior parte dos empregos oferece salário abaixo das expectativas do jovem de nível técnico, que "não aceita receber pouco, visto que se especializou".
A falta de perspectiva, na opinião dele, faz o jovem deixar a escola antes de concluir o ensino médio ou não procurar por escolas que o preparem para o mercado de trabalho.
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"Somente 45% dos jovens de 17 a 19 anos fazem o nível médio na idade que deveriam. Se os trabalhos remunerassem melhor, a economia cresceria e empregos seriam gerados", diz o professor. Ele destaca que o desemprego não é um "mal da tecnologia" e sim "da forma social de se introduzir essa tecnologia".
O ensino profissionalizante, segundo Frigotto, deve ser complementado por uma série de conhecimentos científicos, tecnológicos, culturais, sociais e políticos, passados na educação básica. "O profissional não deve ser adestrado e apenas aprender o que serve ao mercado. Deve aprender, principalmente, o que serve à sociedade". As informações são da Agência Brasil.