A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal está sob pressão para encontrar o corpo da menina britânica Madeleine McCann, depois que um dos principais procuradores portugueses afirmou ser "extremamente complicado" acusar formalmente os pais da menina com base apenas nas atuais evidências.
Jornais britânicos repercutem nesta terça-feira (25) as declarações do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público de Portugal, Antônio Cluny, ao diário português 24 horas.
"Sem o corpo da menina é tudo extremamente complicado. Já houve casos em que foi possível obter condenações sem existir a vítima, mas existiam confissões", afirmou Cluny, segundo o jornal português.
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"Não se pode acusar uma pessoa de homicídio sem existirem provas muito fortes. No caso Madeleine não existe qualquer confissão e, segundo tem se tornado público, as provas recolhidas até agora mantêm todas as pistas em aberto".
Segundo Cluny, as linhas de investigação contemplam "desde o seqüestro ao homicídio ou, até, ao simples acidente."
Apesar de Cluny não estar diretamente envolvido no caso, suas declarações reforçam a pressão sobre a Polícia Judiciária, cujas evidências para acusar os pais da menina desaparecida desde o dia 3 de maio têm sido questionadas.
'Ultimato'
O 24 horas afirmou que o procurador do caso, José Cunha de Magalhães e Meneses, deu um "ultimato" à PJ para que encontre o corpo de Madeleine antes de avançar com o processo contra os pais da menina.
Já um legista que chefiou o laboratório científico da PJ disse ao diário Público que os vestígios de sangue e cabelos encontrados no quarto de Madeleine e no carro alugado pelos pais dias depois do desaparecimento da menina "são muito fortes para orientar a investigação", mas não ainda suficientes para "em tribunal, fazer prova definitiva".
Os investigadores portugueses acreditam que Madeleine McCann, 4, desaparecida desde o dia 3 de maio, quando passava as férias com seus pais em uma praia no Algarve, possa ter sido morta por seus pais, talvez até por acidente.
Kate e Gerry McCann, considerados suspeitos no processo português, negam a versão. Tablóides britânicos noticiaram na segunda-feira que eles contrataram uma firma de investigação privada para descobrir o paradeiro de sua filha.
O porta-voz da família, o jornalista Clarence Mitchell, evitou comentar esta notícia. Em uma entrevista coletiva, ele afirmou que o casal está "mais otimista", depois que duas testemunhas teriam contado à polícia ter visto no Marrocos uma garota de descrição semelhante à de Madeleine.
"Eles esperam desesperadamente que a próxima chamada telefônica seja: 'Encontramos Maddie e ela está bem'. Não quero ser ingênuo, mas esta ainda é uma possibilidade. Eles estão otimistas e trabalhando duro para encontrar Madeleine e, em seguida, limpar seus nomes", disse Mitchell.