Um estudo inédito feito pela Serasa comparou o total de cheques compensados e devolvidos em cada um dos 27 Estados, em 2006 e nos cinco primeiros meses de 2006, e criou o ranking de cheques sem fundos. Amapá é o Estado campeão, com 95,6 cheques devolvidos a cada mil compensados no período de janeiro a maio de 2006. O índice amapaense é 440% superior ao de São Paulo, com 17,7 cheques devolvidos em cada mil compensados, no mesmo período. O Estado paulista detém o menor índice de cheques devolvidos em todo o Brasil e registra também o maior volume de cheques compensados (287,6 milhões) no período.
Santa Catarina registra o segundo menor índice, 19,1 cheques devolvidos em cada mil compensados, seguido por Minas Gerais, 20,3. O Rio Grande do Sul tem o quarto menor índice de inadimplência, 21,6. Pernambuco ocupa o quinto lugar, 21,7, e Paraná o sexto lugar, 21,9.
Comparado com 2005, verificam-se algumas mudanças de posição. São Paulo trocou de lugar com Santa Catarina, que tinha no ano passado a menor inadimplência com cheques. Roraima detém o segundo lugar no ranking dos Estados mais inadimplentes em cheques, com 85,1 cheques devolvidos a cada mil compensados, seguido por Maranhão, 58,8. Os Estados das regiões Norte e Nordeste lideram o ranking. Pernambuco é o único Estado da região Nordeste que está abaixo da média nacional, que é de 22 cheques devolvidos em cada mil compensados, nos cinco primeiros meses do ano. Neste patamar não há nenhum Estado das regiões Norte e Centro-Oeste.
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De acordo com o levantamento, de janeiro a maio de 2006, em todo o país, 734,5 milhões de cheques foram compensados, sendo 16,1 milhões devolvidos por insuficiência de fundos. No mesmo período de 2005, o total de cheques compensados havia sido de 817,9 milhões, e o de devolvidos, 14,8 milhões.
Os técnicos da Serasa apontam que os aspectos culturais da população em relação ao crédito e ao cheque pré-datado contribuem para a inadimplência. Nas regiões com menor oferta de crédito, tanto o consumidor como o concedente de crédito não possuem uma educação financeira. Além disso, há os fatores conjunturais que têm impacto direto no emprego e na renda, com diferente intensidade no território nacional.
Para os técnicos, o grau de informalidade no mercado de trabalho é outro fator que pesa nessa estatística. No caso do comerciante, a utilização de metodologia adequada para a concessão de crédito, via cheque pré-datado, e para a aceitação do cheque à vista reduz significativamente a inadimplência. Nas regiões onde o uso de tecnologia de crédito é mais disseminado, a inadimplência é menor, como se pode verificar nos Estados com maior representatividade econômica, que possuem o maior número de transações.