São Paulo - Os salários do alto escalão do funcionalismo público do Brasil estão entre os mais altos do mundo. A elite dos funcionários públicos brasileiros ganha mais do que os servidores de mesmo nível dos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru e Venezuela. Só perdem para o México. Isso é o que mostra um estudo encomendado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ''A remuneração dos altos cargos do setor público uma análise sobre os países da América Latina e Caribe'', que será publicado no mês que vem. Segundo o estudo, o salário direto dos servidores não é muito elevado, seguindo a média de outros países. A diferença está no valor exagerado dos benefícios, como ajuda de custos e auxílio-moradia, que chegam a responder por 40% da remuneração.
''O salário direto dos dirigentes do setor público não é muito alto, mas o nível de benefícios distorce o valor da remuneração. É uma forma não transparente de elevar o ganho dos servidores de alto escalão, sem que o público perceba. Estão ''acochambrando'' reajustes salariais com essa parcela de benefícios'', diz Nelson Marconi, professor de Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas e da Pontifícia Universidade Católica, e um dos autores do estudo, com as pesquisadoras Laura Carrillo e Claudia Helena Cavalieri.
No Brasil, senadores e deputados ganham em média, por mês, R$ 6.031 em benefícios, segundo cálculos do estudo. Além do salário direto de R$ 12.847, senadores e deputados recebem R$ 490 de auxílio alimentação, R$ 3.400 de auxílio moradia e ajuda de custo no início e no fim de cada sessão legislativa normal (duas ajudas por ano) ou extraordinárias, no valor de um salário mensal cada ou seja, mais R$ 25.694,38 por ano.
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