Aceitar que relacionamentos sempre incluem dor e sofrimento é a chave para um casamento feliz, segundo um estudo publicado na Revista de Terapia de Casal e de Família, nos Estados Unidos.
Os professores da Universidade do Estado da Califórnia Diane Gehart e Eric McCollum dizem que os contos de fada e histórias de amor atuais criam uma ilusão de que é possível viver um "relacionamento perfeito", o que torna ainda mais difícil lidar com os problemas do dia-a-dia. "Nossa cultura perpetua o mito de que, com esforço suficiente, podemos atingir um estado sem sofrimento", diz a pesquisa.
"Nos Estados Unidos, o valor que é dado à atitude pró-ativa e ao triunfo sobre a adversidade cria um ambiente onde o sofrimento pode ser visto como um sintoma da derrota pessoal".
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Budismo
Os autores do estudo criticam psicólogos que usam o termo "saúde mental" como sinônimo de um estado em que as pessoas não sofrem e defendem o uso de uma técnica de meditação budista para lidar com os problemas de família: em vez de eliminar o sofrimento, os budistas buscam entender as mágoas de forma tranqüila e compreensiva.
Segundo os pesquisadores, para alcançar um casamento bem-sucedido, é preciso que as pessoas se afastem da busca pela perfeição, aceitando a existência de "maus momentos", e cheguem a um estado que eles chamam de "aceitação atenta".
"A 'aceitação atenta' é a compreensão de que enquanto alguma dor é inevitável, o sofrimento de lutar contra o que não podemos mudar não é", dizem eles.
A técnica já foi transformada numa terapia cognitiva, usada para tratar a depressão, e agora deve servir de instrumento para ajudar as pessoas a lidarem com o abuso, o divórcio e a rejeição.