Covardia. Pecado. Crime. O ato de tirar a própria vida historicamente vem sendo ligado a essas características. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio deve ser encarado como uma doença, que nos últimos anos tem sido a terceira causa de morte na população entre 15 e 44 anos.
Na tentativa de reduzir a taxa de suicídios, a organização montou um programa de informações, ensinando médicos, professores e familiares a diagnosticar indivíduos que estejam em situação de risco, evitando que eles cometam o ato extremo.
A tarefa é difícil. O suicídio é visto como um tabu, devido à incapacidade de compreendermos os motivos que podem levar alguém a tirar a própria vida. Segundo dados da Associação de Logoterapia, 2.458 pessoas cometeram suícidio entre 1997 e 2000 no Paraná, uma média de 615 casos por ano. Entretanto, estima-se que o número real de casos pode ser ainda maior.
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''Há uma relutância em trazer os casos de suicídio a público. Especialmente quando as vítimas são jovens, há uma tentativa de proteger a própria família, que se choca com o acontecimento. E existem até mesmo causas financeiras: o seguro de vida não cobre esses casos, por exemplo'', explica a psicóloga Sizumi Suzuki.
Para Sizumi, o assunto poderia ser abordado de maneira diferente pela imprensa. ''Quando se trata o suicídio de maneira sensacionalista, registra-se um aumento do número de casos na região de divulgação. O que falta é explicar os verdadeiros motivos que levaram as pessoas a esse ato, e a maneira como as pessoas que passam por dramas semelhantes podem procurar ajuda'', acredita a psicóloga.
De acordo com os psicólogos, o suicida dá sinais claros de seu sofrimento antes de efetivamente tirar a vida. Pelas estatísticas da OMS, o número de tentativas de suicídio é 20 vezes maior do que os suicídios efetivamente levados a cabo: um sinal de que a pessoa está geralmente buscando apenas atenção.
''Às vezes os familiares se acostumam a situação de alguém atentando contra a própria vida de maneira leve, e começam a ignorar o fato. Quando a pessoa não conseguir nem mesmo essa atenção, ela pode tomar uma medida mais drástica'', explicou Sizumi.
Estatisticamente, o suicídio entre os homens é quatro vezes mais comum do que entre as mulheres. Entretanto, as mulheres costumam tentar o suicídio três vezes mais do que os homens. ''Os homens tendem a optar por métodos mais definitivos. As mulheres optam por cortar os pulsos ou envenenar-se, possibilitando a ajuda médica'', afirmou Sizumi.