O cardeal brasileiro dom Odilo Scherer, apontado antes do conclave como um dos principais favoritos para a eleição do papa, afirmou nesta quinta-feira que não havia entrado na Capela Sistina esperando ser eleito.
"Tenho os pés no chão", afirmou o arcebispo de São Paulo durante entrevista coletiva nesta quinta-feira ao lado dos outros quatro cardeais brasileiros que participaram do conclave.
Nas principais casas de apostas britânicas, o nome de Scherer aparecia na véspera do conclave como o segundo ou terceiro mais cotado entre os apostadores, enquanto o cardeal Jorge Mario Bergoglio, agora papa Francisco, não aparecia entre os dez favoritos.
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"As cotações prévias foram todas para o espaço", brincou Scherer, para depois destacar que as previsões não tinham ligação com a realidade.
"Eu lhe pergunto: com que critério foram feitos esses cálculos? Foram cálculos humanos, mas a Igreja não é feita só de cálculos humanos", afirmou.
Ele afirmou ter enfrentado a pressão da imprensa antes do conclave com "tranquilidade".
'Sopro vital'
Durante a entrevista, Scherer elogiou a escolha do novo papa. "Depois de 500 anos (da existência da Ordem dos Jesuítas), é um papa jesuíta, com coração franciscano", afirmou.
Ele brincou ainda ao dizer que na região da Patagônia, ao sul da Argentina, venta muito, e que a Igreja foi buscar seu "sopro vital" num lugar distante como a Argentina.
Questionado se houve algum enfrentamento entre grupos de cardeais conservadores e progressistas durante o conclave, Scherer afirmou: "Em nenhum momento identifiquei, tanto nas congregações gerais (reuniões pré-conclave) quanto no conclave, nenhum partido, de esquerda ou de direita".
"O conclave ocorreu em clima de oração, de serenidade e de responsabilidade", afirmou.
Scherer afirmou ainda que não teve contato com seus familiares no Brasil durante o conclave e brincou que se eles tivessem participado da eleição, ele teria sido escolhido.