O relatório sobre a origem do coronavírus Sars-CoV-2, que provoca a Covid-19, feito pela Inteligência dos Estados Unidos foi "inconclusivo", informa o jornal "The Washington Post" com base em informações de fontes oficiais.
Consultando duas autoridades ligadas à investigação, a publicação diz que não foi possível informar como o coronavírus infectou os humanos e, por conta disso, não dá para dizer se o Sars-CoV-2 fez um salto de espécies em alguma parte do território chinês ou se ele escapou acidentalmente do laboratório de Wuhan.
O documento havia sido solicitado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em maio de 2021, após Washington considerar que o relatório produzido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) era incompleto.
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Ainda conforme o Washington Post, as autoridades informaram que a falta de conclusão foi causada também por conta do pouco acesso que os profissionais tiveram sobre os dados iniciais da crise sanitária na China.
Desde quando o presidente dos EUA era Donald Trump, Washington lança críticas e dúvidas sobre a origem da crise sanitária e o comportamento da China. À época do republicano, havia acusações de que o Sars-CoV-2 havia vazado de um laboratório de Wuhan. Com Biden, há acusações de que os chineses estão ocultando os documentos dos casos iniciais que, supostamente, mostrariam que o governo escondeu informações da pandemia de maneira deliberada.
Os EUA, e seus aliados europeus, também pressionam para que a OMS faça uma nova investigação na China sobre a origem da pandemia porque afirmam que Pequim se nega a dar os "verdadeiros" dados iniciais. Os chineses sempre negaram as acusações.
Resposta chinesa
Após a publicação da matéria no Washington Post, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que o relatório é "apenas político" e que é uma iniciativa "para reprimir outros países".
Para Wenbin, nenhum país "pode tirar conclusões científicas sobre a origem do vírus" porque isso "causa apenas interferências e danos para a comunidade internacional e para a cooperação global contra a pandemia".
"Os EUA não se preocupam em encontrar a fonte do vírus, mas sobre como utilizar o rastreamento para reprimir outros países e focar só em seus interesses", acrescentou.