A transferência de duas refinarias da Petrobras à estatal boliviana YPFB, que o governo de Evo Morales recomprou por US$ 112 milhões de dólares, foi suspensa por problemas com os seguros, afirmaram nesta terça-feira (12) fontes das duas empresas.
A assessoria de comunicação do Ministério de Hidrocarbonetos afirmou nesta terça que La Paz suspendeu até segunda ordem o ato de entrega das refinarias, versão que foi confirmada pela Petrobras.
O obstáculo surgiu porque as refinarias Elder e Villarroel ficaram sem seguro de funcionamento, porque as empresas privadas que prestavam o serviço só têm relação contratual com a empresa brasileira e o acordo não era extensivo ao novo proprietário, a YPBB, informou a emissora católica ERBOL.
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Por este motivo e diante do risco de as duas refinarias operarem sem seguro, o governo do presidente socialista Evo Morales determinou a suspensão da transferência das duas instalações.
O Ministério de Hidrocarbonetos informou que o governo tinha conhecimento de que este problema surgiria, por isso tinham antecipado o lançamento de uma licitação internacional, mas o processo ainda não foi concluído.
Depois da compra das duas refinarias, o governo determinou a criação de uma nova empresa, a "Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos Refinación Sociedad Anónima (YPFB-Refinación S.A.)" que também deveria ser fundada nesta terça-feira com a função de substituir a Petrobras na gestão de Elder (em Santa Cruz) e de Villarroel (Cochabamba).
As duas refinarias produzem uma média diária de 40.000 barris de petróleo e abastecem a totalidade da demanda interna de gasolina e 70% do diesel necessário, além da exportação de derivados de petróleo reconstituído ao Chile.
Antes de serem recompradas por Morales, as duas refinarias haviam sido privatizadas em 1999 durante o governo constitucional do conservador Hugo Banzer (1997-2001), operação pela qual a Petrobras pagou 104 milhões de dólares.