Os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Hillary Clinton, vão se enfrentar nesta noite (9) no segundo debate eleitoral televisivo. A um mês das eleições, o magnata republicano usará o palco para se defender das críticas aos seus comentários obscenos e machistas sobre mulheres e para reconquistar o apoio de republicanos que pedem sua desistência do pleito devido ao vídeo vazado na sexta-feira.
A rede ABC divulgou nesta tarde uma pesquisa que diz que 43% dos norte-americanos apoiam a ideia de que Trump desista da candidatura à Casa Branca, mas a maioria de 57% acham que ele deve permanecer na disputa, apesar do vídeo revelado pelo jornal "The Washington Post".
"Donald Trump deveria abandonar a candidatura. Como republicana, desejo apoiar qualquer um que tenha a dignidade e a estatura para ser presidente da maior democracia do mundo", disse a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice neste domingo, horas antes do debate eleitoral. Rice está numa lista com outros 14 líderes republicanos, entre eles o senador John McCain, que também decidiram retirar o apoio à candidatura de Trump. A ideia da ala republicana é que a candidatura à Presidência seja assumida por Mike Pence, que compõe a chapa de Trump como vice e que também criticou as palavras do magnata. No exterior, também houve reações aos comentários do magnata no vídeo divulgado há dois dias pelo jornal "The Washington Post".
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"Quem se expressa daquela maneira sobre as mulheres, que são metade da população do país que Trump quer representar, não é capaz de interpretar a sociedade, nem de ser um presidente, o qual deve agir em nome de toda a população", disse a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini. Nas imagens, gravadas em 2005 e reveladas somente agora, Trump é flagrado por um microfone da NBC dizendo que "se pode fazer qualquer coisa com uma mulher quando se é famoso".
Usando termos de baixo calão, o magnata contou a história de uma mulher casada que tentara conquistar. A veiculação das imagens fez Trump receber uma série de críticas, mas o magnata anunciou ontem (8) que não desistiria das eleições de novembro. Trump pediu "perdão" pelo comentário, mas resolveu contra-atacar sua adversária, Hillary Clinton, cujo marido, Bill Clinton, envolveu-se num escândalo sexual com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky.
Neste domingo, Trump também publicou em sua conta no Twitter mensagens postadas por Juanita Broaddrick, a mulher que em 1999 acusou publicamente Bill Clinton de abusos sexuais cometidos 20 anos antes. A denúncia foi rejeitada em 2001 e nunca se chegou a formalizar a causa. "Hillary define as palavras de Trump como horríveis, enquanto ela mesma tenta proteger um estuprador. As suas ações são horríveis", escreveu Juanita Broaddrick.
Ainda no Twitter, Trump aumentou o tom contra seus críticos republicanos, chamando-os de "hipócritas moralistas". O debate televisivo desta noite será mediado pelos jornalistas Anderson Cooper, da CNN, e Martha Raddatz, da ABC, que devem iniciar a discussão fazendo perguntas sobre o polêmico vídeo.