O coordenador da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, informou que devido aos movimentos judiciais das empresas de leasing (aluguel) norte-americanas, algumas aeronaves da Varig estão ameaçadas de paralisar suas operações.
Mas esclareceu aos clientes e consumidores da Varig que os trabalhadores assumirão a empresa com o objetivo principal de não deixá-la parar. "Nós não vamos deixar a Varig parar, nem que nós tenhamos que implementar um plano de contingência, com um número menor de aeronaves para passar esse momento de transição e retomar as rotas depois".
Representados pela NV Participações, os trabalhadores apresentaram a única proposta para compra da Varig Operacional, no leilão realizado no dia 8. O resultado do pregão foi homologado nesta segunda-feira pela Justiça do Rio de Janeiro.
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O plano de contingência anunciado por Marsillac vai levar em conta a existência de apenas 30 aeronaves disponíveis para os vôos domésticos e internacionais da Varig, "se nós não conseguirmos reverter a situação junto a algumas empresas de leasing".
Ele explicou que será dada prioridade às necessidades dos consumidores e às rotas mais rentáveis. "Nós temos que ter um plano de rentabilidade, um plano de contingência que garanta um mínimo de atendimento e consideração com os passageiros da Varig e um mínimo de interesse de recursos financeiros para essa empresa".
Esse plano emergencial poderá ser implementado nesta terça-feira, caso haja necessidade de paralisação das aeronaves. Marsillac esclareceu que a Varig dispõe no momento de 49 aviões, dos quais 19 poderão ficar parados em razão de decisão judicial. E explicou que as aeronaves não serão arrestadas: "A decisão que existe é de que devem ficar no solo para evitar a responsabilização, e até mesmo prisão dos administradores, e o pagamento de multa".
Márcio Marsillac afirmou ainda que a Varig não possui dívida extra-concursal, isto é, feita após a entrada da empresa no processo de recuperação judicial, com a BR Distribuidora, que estendeu até amanhã o prazo em que garante o combustível para os aviões.
"A Varig, no chão, ensejará um prejuízo enorme a todos os consumidores de transporte aéreo, porque nós teremos passagens muito mais caras, monopólio ou, quando muito, um duopólio aqui dentro do Brasil", disse, ao considerar inadmissível essa hipótese.
O coordenador da TGV afirmou que tão logo a NV Participações tenha a certificação do depósito inicial de US$ 75 milhões, previsto no edital de venda da Varig, serão revelados os nomes dos investidores consorciados à empresa.
Agência Brasil