O Vaticano declarou que o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) se afastou de suas atribuições e que desacredita as ações da própria ONU ao adotar posições preconceituosas de grupos anticatólicos. A declaração foi um contra-ataque ao relatório do Comitê que denuncia abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos, publicado na quarta-feira.
As declarações foram feitas nesta sexta-feira pelo porta-voz da Santa Sé, Frederico Lombardi, na Rádio Vaticano. Lombardi disse que o comitê adotou posições preconceituosas "de grupos anticatólicos e que havia ignorado os esforços da Santa Sé para resolver a crise de abuso nos últimos anos". O porta-voz criticou ainda o que chamou de publicidade "absolutamente anômala" que o comitê deu ao seu relatório e prometeu uma resposta mais completa nos próximos dias.
Na quarta-feira, o comitê da ONU acusou o Vaticano de sobrepor seus interesses aos das vítimas, permitindo que os sacerdotes abusem sexualmente e molestem dezenas de milhares de crianças por meio de suas próprias políticas e códigos de silêncio.
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O comitê da ONU também fez severas críticas à Santa Sé por suas atitudes em relação ao homossexualismo, à contracepção e ao aborto e pediu que a igreja revise suas políticas para garantir os direitos das crianças e seu acesso à saúde.
Sobre as críticas à postura da Santa Sé nesses assuntos, Lombardi afirmou que a Comissão "parece ter ido além de sua competência e interferiu nas posições morais e doutrinais da Igreja Católica".