Os novos casos de "Gripe do Frango" registrados nos últimos 30 dias, tanto em seres humanos quanto em aves, em países como Vietnã e Japão, aumentaram as preocupações do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e dos exportadores de aves, com a possibilidade de que o Brasil seja atingido pela doença.
Em 2003 o país passou a ser o maior exportador mundial de frango em volume, e em 2004 tornou-se também o maior exportador em faturamento. No ano passado, o Brasil comercializou 2.469 mil toneladas e US$ 2,59 bilhões só de carne de frango, o que representou 2,7% do total das exportações.
"Com epidemias nunca se trabalha com risco zero", explica Egon Vieira da Silva, coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola do MAPA, criado no final de 2003 para evitar que o Brasil enfrente problemas de exportação devido a doenças graves.
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O foco do programa são a Influenza Aviária (conhecida com "Gripe do Frango") e a Doença de New Castle, que matam rapidamente as aves infectadas. Todos os estudos, segundo Vieira da Silva, têm mostrado que a produção industrial brasileira de aves está livre dessas duas doenças.
"Os estudos em aves migratórias mostram,inclusive,que não há traços de Influenza", explica o coordenador. No ano que vem, o programa deve também começar a trabalhar com a salmonela.
O programa, segundo Vieira da Silva, tem três vertentes principais: informar e treinar veterinários da iniciativa privada e do setor público; informar e conscientizar o criador avícola;e esclarecer a população em geral.
Além disso, o ministério continua a monitorar portos e aeroportos, além das aves migratórias, procedimentos que começaram após os primeiros casos da doença, no final de 2002.
"Em 2004 treinamos mais de mil veterinários da iniciativa privada, e 400 do serviço oficial, e queremos manter esse treinamento", declarou Vieira da Silva.
Segundo uma Instrução Normativa publicada pelo Ministério da Agricultura no ano passado, as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste (excluindo o Estado do Rio de Janeiro) e os Estados de Tocantins, Rondônia, Bahia e Sergipe têm certidões negativas dessas duas doenças.