Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (8) em Moscou, o astronauta Marcos César Pontes, primeiro brasileiro a integrar uma missão espacial, destacou que a viagem à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), no dia 22 de março, será importante para o desenvolvimento da área espacial brasileira. O primeiro astronauta brasileiro integra a tripulação junto com o norte-americano Jeffrey Williams e o russo Pavel Vinogradov.
O astronauta brasileiro permanecerá oito dias na ISS com a tarefa de realizar experiências científicas e voltará à Terra em 1º de abril, junto com os dois membros da Expedição 12.
"Sobre minha sensação em relação ao primeiro vôo, realmente essa é uma coisa incrível, difícil de descrever, principalmente porque essa é uma missão muito importante para o país, para o programa espacial brasileiro e para a ciência brasileira. Logicamente, nós estamos levando experimentos a serem realizados no espaço, isso é uma coisa bastante significativa para o nosso país", disse Pontes durante a coletiva, realizada na Cidade das Estrelas, próximo a Moscou.
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Segundo ele, os experimentos selecionados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), englobam diferentes áreas, mas têm foco principal na nanotecnologia (pesquisa e manipulação de moléculas e átomos para a criação de novos materiais). Inicialmente, nove experimentos seriam levados ao espaço, mas um deles, desenvolvido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não poderá mais seguir viagem.
O projeto da UFPE, na área de nanotecnologia, consiste de amostras de vidro com partículas de prata e um forno, que tem o objetivo de verificar a formação de um filme na superfície do vidro por aquecimento. A idéia é estudar a relação entre microgravidade e novos materiais.
De acordo com informações da AEB, devido ao pouco tempo disponível para desenvolver o experimento, não foi possível cumprir todos os requisitos de segurança estabelecidos pela Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos). Ao comentar o fato de o experimento ter sido retirado da lista dos que seriam levados à Estação Espacial Internacional, Marcos Pontes observou que os experimentos a serem executados numa estação espacial precisam de várias qualificações.
"Isso tem sido feito através dessa coordenação entre Agência Espacial Brasileira e Agência Espacial Russa, a Roscosmos. Eu vejo como normal esse tipo de interação tanto administrativa, técnica e científica, durante o vôo e após o vôo".
Informações da ABr