Um vídeo que parece mostrar um rebelde sírio comendo um pedaço do coração de um soldado morto foi duramente criticado.
O grupo americano de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch identificou o rebelde como Abu Sakkar, um conhecido insurgente da cidade de Homs. De acordo com a organização, o ato de Sakkar constitui um crime de guerra.
A principal coalizão de oposição síria informou que Sakkar será levado a julgamento.
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O vídeo, que não pode ter sua veracidade confirmada de forma independente, parece mostrar o rebelde cortar o coração do soldado.
"Juro por Deus que vou comer seus corações e seus fígados, soldados de Bashar, o cão", afirma o homem no vídeo junto ao corpo do soldado, se referindo ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
Líder rebelde
O Human Rights Watch (HRW) diz que Abu Sakkar é o líder do grupo chamado Brigada Independente Omar al-Farouq.
"A mutilação de corpos de inimigos é um crime de guerra. Mas, uma questão ainda mais séria, é o agravamento da retórica sectária e da violência (na Síria)", disse Peter Bouckaert, da HRW, à agência de notícias Reuters.
Segundo o grupo, não importa qual dos lados na Síria esteja envolvido em crimes de guerra, todos precisam saber que não existe impunidade e que serão levados à Justiça.
O HRW diz que Abu Sakkar já tinha sido filmado disparando foguetes contra áreas xiitas do Líbano e posando ao lado de corpos de combatentes do grupo militante libanês Hezbollah - que estão ajudando forças do governo sírio.
O vídeo mostrando Sakkar comendo o que parece ser um pedaço do coração de um soldado foi postado no domingo e é, segundo o correspondente da BBC em Beirute, Jim Muir, um dos mais chocantes já divulgados em mais de dois anos de guerra na Síria.
A ONU diz que 70 mil pessoas foram mortas desde o início da rebelião contra o governo de Bashar al-Assad em março de 2011.
Já o Observatório Sírio para Direitos Humanos, grupo com base na Grã-Bretanha, afirma que o número de mortos chega a um total de 80 mil.
Muitos sírios já fugiram do país e mais de um milhão de pessoas foram registradas como refugiados, segundo a ONU. Destes, pelo menos 300 mil estariam na Turquia.