O grupo xiita libanês Hezbollah lançou um jogo de computador baseado no conflito ocorrido no ano passado entre o seu braço militar e Israel. O jogo, chamado de Special Force 2 (Força Especial 2), permite ao jogador destruir tanques israelenses, atirar ou capturar soldados inimigos e até lançar foguetes Katyusha sobre cidades do norte de Israel. A ação é ambientada nos vales e planícies do sul do Líbano.
O conflito do ano passado durou 34 dias e matou mais de 1,2 mil libaneses e 157 israelenses.
Vídeos do jogo foram exibidos recentemente em um museu instalado em uma feira que celebrava o aniversário de um ano do fim do conflito de 2006, no subúrbio sul de Beirute, onde fica a área de Dahiyeh, controlada pelo Hezbollah.
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Segundo a responsável pela assessoria de imprensa do grupo xiita, Wafah Kheir, o jogo é uma maneira de apresentar como os combatentes resistiram à invasão israelense. "Através do jogo, podemos contar a história de algumas das batalhas e de eventos-chave", disse.
Violência - Em Israel, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Mark Regev, disse que "não deveria ser uma surpresa para alguém que o Hezbollah ensine às crianças que ódio e violência são aspectos positivos".
Já Kheir defende a divulgação dos jogos de ação entre os jovens. "Nós estamos sujeitos a críticas do mesmo modo que outros jogos no Ocidente sofrem críticas por alimentarem a violência."
A porta-voz citou o governo dos Estados Unidos, que financia o jogo America’s Army (Exército dos EUA), em que muitas das missões consistem em matar supostos "terroristas" árabes. "Isso também não seria uma cultura de violência e ódio aos jovens?", perguntou ela.
Força Especial - O jogo, desenvolvido por voluntários e pelo setor de mídia do Hezbollah, custará em torno de US$ 10 (cerca de R$ 20) no Líbano e pode ser jogado nos idiomas inglês, árabe, francês e persa.
De acordo com Wafah, antes mesmo do lançamento já havia encomendas antecipadas.
Essa não é a primeira vez que o Hezbollah lança um videogame. Em 2003, o grupo lançou Special Force, ambientando o jogador em batalhas no sul do Líbano durante os anos da ocupação israelense (que durou 22 anos e terminou em 2000).
Na época, segundo o Hezbollah, o jogo também foi vendido em países como Síria, Irã, Barein e Emirados Árabes Unidos.