Vítimas de abusos sexuais no Chile expressaram nesta terça-feira (16) sua insatisfação com as palavras do papa Francisco, que pedira "perdão", durante um encontro com diplomatas e políticos em Santiago, pelos crimes de pedofilia cometidos dentro da Igreja Católica.
"Chega de desculpas, chega de vergonha. É hora de agir", declarou Juan Carlos Cruz, abusado pelo padre chileno Fernando Karadima, sacerdote condenado pelo Vaticano em 2011 - os casos envolvendo o prelado foram encobertos por seus superiores durante muito tempo.
Cruz também criticou a presença do bispo de Osorno, Juan Barros, acusado de proteger Kadima, na primeira missa celebrada por Jorge Bergoglio no Chile. "Ali está ele [o Papa], celebrando a missa com Barros, entre beijos e abraços. Essa é a verdadeira vergonha, essa hipocrisia tão grande, o fato de eles se protegerem", acrescentou.
Leia mais:
Em nova acusação contra Diddy, homem diz que foi drogado e estuprado em carro
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
O jesuíta e ativista Felipe Berríos também condenou a presença de Barros na missa, mas evitou culpar Francisco. "Ele colocou o Papa em uma situação difícil", disse. Durante a manhã, o líder católico exprimira "dor e vergonha" pelos crimes de pedofilia na Igreja.
"É justo pedir perdão e apoiar com todas as forças as vítimas, enquanto devemos nos empenhar para que isso não se repita", afirmara o Papa. (ANSA)