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O sonho do padre Ottomar Schneider passa por Schoenstatt

Mateus Reginato - Redação Bonde
29 mar 2018 às 17:10

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Desde criança, em Salvador das Missões, no Rio Grande do Sul, Ottomar Schneider via a mãe, Maria Amália, pedir em suas orações por um filho padre. Nascido em 1936, aos dez anos sentiu despertar sua vocação sacerdotal. O futuro padre, porém, acabou adiando o sacerdócio ao ser mal compreendido durante sua confissão para a primeira eucaristia. "Desisti do sacerdócio e segui meu segundo chamado, ser religioso. Ingressei na Congregação dos Irmãos Maristas, onde cheguei aos votos perpétuos", contou Ottomar em entrevista ao site do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Ottomar trabalhou nas bibliotecas dos Irmãos Maristas por 16 anos. De lá, adquiriu amor pela história e pelos livros. Em um pequeno escritório em Londrina, guardava centenas de relatos de homilias, anotações de palestras, além de vários livros, tudo arquivado de maneira organizada, como em uma biblioteca.

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Enquanto trabalhava na Comunidade Marista, Ottomar se interessou por um livro pequeno, escrito em alemão. A obra era "Rumo ao Céu", do padre Kentenich. Com o que sabia de alemão, língua de seus descendentes, Ottomar começou a cultivar seu amor pela filosofia de Schoenstatt, do padre Kentenich. Assim, em 1966, o então futuro padre partiu para a Europa, em busca do "Pai Fundador", como é chamado Kentenich.

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E foi depois de encontrar Kentenich que Ottomar decidiu ser padre. Em 1967, começou a estudar teologia. Foi ordenado sacerdote em 1972, em sua cidade natal. Desde então, exerceu sua atividade como padre em São Paulo (SP), Santa Maria (RS) e, por fim, em Londrina. Trabalhou como assessor em vários ramos do Movimento de Schoenstatt. Também foi assistente das Comunidades da União de Famílias e da União de Sacerdotes.

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Reprodução - Uma das únicas fotos de Ottomar (esquerda) com Kentenich
Uma das únicas fotos de Ottomar (esquerda) com Kentenich


"Ele foi um pai espiritual que nos confortou, educou, amou, abençoou. Esteve conosco nos momentos de alegria e também nos momentos de dúvidas, dificuldades, angústias", dizem Maria Helena Guariente e Laércio Guariente, casal participante da União de Famílias, comunidade assessorada por Otomar e parte do Movimento de Schoenstatt. "Ele amava cada família como a sua própria família. Fazia questão de ir a todos os encontros, reuniões, festas... Estava sempre disponível pessoalmente e, quando necessário, por e-mail e WhatsApp", comentam.


Devido ao seu amor por livros, Ottomar foi diretor da revista Tabor por anos. Lá, publicava crônicas e algumas de suas histórias, fruto, como ele mesmo diz, de sua alegria interior. "Após 45 anos de sacerdócio, devo confessar que sou um padre feliz. Almejo a muitos jovens esta felicidade que experimento a cada dia no meu sacerdócio. Que a Mãe de Deus atraia muitas jovens para o serviço à Igreja e à Família de Schoenstatt, no seguimento de nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. Dele aprendi a ser um padre feliz!"

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Em entrevista à Juventude Feminina de Schoenstatt, Ottomar comenta que, durante a faculdade, entrou em uma crise muito grande de fé. "Chegou um ponto em que eu não conseguia me ajoelhar diante do Santíssimo, tão grande era minha dúvida." Devido a essa crise dele e de outros colegas, Kentenich foi chamado para pregar no retiro. "Como todo bom alemão, ele não era de ficar muito tempo tocando em uma pessoa, mas naquele dia ele segurou a minha mão por cerca de um, dois minutos. Quando ele terminou, eu estava aliviado, era a mão paternal", diz Ottomar.


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Para Ottomar, "não há coisa mais bonita do que ver as idéias e os anseios do Pai Fundador na vida prática dos nossos jovens. Eles estão traduzindo a espiritualidade na vida concreta, isso terá influência na realidade. Era o sonho do padre Kentenich e também é o meu".

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Em 1968, Ottomar participou do sepultamento de Kentenich, no Monte Schoenstatt, na Alemanha. Agora, 50 anos depois da morte de Kentenich e com mais de 46 anos de atuação como padre, Ottomar se junta ao "Pai Fundador".



Padre Ottomar Schneider faleceu no dia 27 de março de 2018, aos 82 anos, com o terço em mãos e rodeado pelos irmãos da Comunidade de Schoenstatt.

O Portal Bonde publica obituários todas as quintas-feiras. O leitor que quiser homenagear alguém nesta seção, pode entrar em contato pelo telefone (43) 3374-2151, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. O obituário é gratuito.


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