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Donato Parisotto presenteava pessoas com poesias próprias

Fernanda Circhia - Redação Bonde
24 jan 2018 às 21:59
- Reprodução
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Donato Parisotto sempre esteve envolvido com a língua portuguesa. Nascido em Conceição de Monte Alegre, um antigo município do interior de São Paulo, Donato estudou em um seminário em Jacarezinho e depois fez faculdade em Sorocaba (SP). Donato veio a Londrina na década de 1960 para fazer uma reportagem especial sobre o café. E nessa vinda a cidade, foi visitar o Colégio Londrinense. Em seguida, quando estava em um hotel, encontrou Zaqueu de Melo, que o convidou para lecionar o colégio.

Donato começou a dar aulas de línguas no Colégio Londrinense, onde conheceu dona Iracema. "Tive que sair do colégio, pois como que um professor iria namorar uma aluna? Casamos em 1962 e tivemos nossa primeira filha no ano seguinte. Em 2018, completamos 56 anos de casados", conta. Em seguida, Donato passou a lecionar na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina, no Colégio Hugo Simas. "Ele ficou lá até construir a Universidade Estadual de Londrina, onde trabalhou por muitos anos. Ele foi diretor do CCH junto com a Marcolina. Lecionou até se aposentar. Quando se aposentou, começou a dar aulas particulares. Ele sempre gostou de ensinar", lembra dona Iracema.

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Donato deu aulas na UEL nas disciplinas de filologia românica, filologia portuguesa e linguística. Em outubro de 2000, o professor foi recebeu o título de participação pela Academia Hiberoamericana de Poesia, da Universidade St. Thomas, de Fredericton, Canadá. O evento reuniu 188 poetas de todo o mundo e apenas dois brasileiros foram cadastrados pela academia canadense, entre eles estava Donato. Parisotto também era membro da Academia de Ciências e Letras de Londrina.

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"Ele fazia muita poesia e todo tipo de leitura. Sempre falava pra gente ler. A lembrança que eu tenho do meu pai na minha infância, é que estava sempre sentadinho lendo. Ele fez muitas poesias. Daria para montar uns três livros", conta Susy Parisotto, a primogênita de Donato e Iracema. "Meu pai me ensinou muita coisa: ser paciente, humilde e outros valores importantes que passo para meus filhos também. Ele era muito humano. Esses dias que saí agora depois que ele faleceu, encontrei muita gente de todas as classes falando sobre como ele era uma pessoa generosa e solidária com as pessoas. Como pai, ele foi o melhor do mundo, assim como para os netos e minha mãe. Ele era muito apaixonado pela minha mãe. Durante os 76 dias que ele passou internado no hospital, sempre esperava pela visita dela."

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Iracema conta que Donato falava para as enfermeiras no hospital que ela era muito bonita. Ele dizia: "quando minha esposa vai chegar? Ela é tão bonita!". "E quando eu chegava para a visita, ele segurava minha mão e não queria mais deixar eu ir embora de lá. Tivemos uma história muito bonita. Ele sempre foi muito romântico e preocupado. Dava flores e presentes. Sem contar nossas viagens e momentos em família. Sempre fomos todos muito unidos aqui em casa", valoriza. E não era só a dona Iracema que ganhava mimos de Seo Donato, os netos também aproveitaram os momentos com o avô. "O Donato fez poesias para todos os netos. Nós temos cinco: João, Gabriel, Matheus, Sofia e Joaquim, que é o nosso caçulinha".


Rafael contou uma história engraçada à reportagem sobre seu pai. "Quando eu estava na escola, não fazia muita tarefa. Mas meu pai nunca ligou muito para esse tipo de coisa. Só que a diretora da escola mandou uma cartinha para meu pai com uma advertência. Meu pai recebeu a cartinha, corrigiu todos os erros de português da cartinha e mandou eu levar de volta para a escola", diverte-se. "Ele não forçava a gente. Era bem aberto mais as coisas. Sempre achei essa história muito engraçada." Além disso, Rafael conta que seu pai sempre foi muito presente e estava sempre ajudando os outros. "Todo mundo sempre conversava com ele quando precisava. Mas o que eu mais gostava é que ele fazia muitas poesias e dava para as pessoas. Ele achava que era um serviço que ele prestava às pessoas. Por exemplo, a gente poderia estar no caixa do supermercado. Aí ele presenteava a pessoa com uma poesia dele. Isso me marcou muito. E como sou artista plástico, eu também faço muitas coisas e presenteio os outros. Acho que eu levo isso para a vida, justamente, por causa dele."

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Veja uma das poesias de Donato:


Mãe

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Passou pelo poeta um astro divinizado


Cintilante ilumina o lar,

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Mão firme soberana rege


O concerto orquestrado

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Filhos – pais.


Com magia e meiguice educa afaga as crianças

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Com batuta firme administra a família


Mestra da vida e do ambiente sócio-


Econômico familiar.


É rainha, mãe-estrela, inefável na constelação do lar.


Deixa esposa, dois filhos e cinco netos. Dia 14 de janeiro de 2018, aos 83 anos, de bronquiopneumonia.

O Portal Bonde publica obituários todas as quintas-feiras. O leitor que quiser homenagear alguém nesta seção, pode entrar em contato pelo telefone (43) 3374-2151, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. O obituário é gratuito.


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