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Agentes dos EUA podem estar no Afeganistão

Redação - Folha do Paraná
29 set 2001 às 15:35

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Bush não comentou se já existem tropas no encalço de Bin Laden no Afeganistão
- Arquivo Folha
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De acordo com o jornal USA Today, tropas especiais do comando norte-americano já perseguem o suspeito dos atentados terroristas do dia 11 de setembro, Osama Bin Laden, em território afegão. O jornal informou que os comandos norte-americanos, compostos cada um por três a cinco homens apoiados por helicópteros Blackhawk, perseguem o fundamentalista em suas cavernas e refúgios subterrâneos no sudoeste do Afeganistão, perto de Kandahar. Os comandos teriam recebido a ordem de capturar Bin Laden ou, se não for possível, imobilizá-lo até que os ataques aéreos norte-americanos possam começar, segundo as fontes citadas pelo USA Today.
No Pentágono e na Casa Branca as operações citadas pelo jornal não foram comentadas. Os representantes do governo preferiram desconversar o assunto. O presidente norte-americano George W. Bush anunciou nesta sexta-feira, durante o encontro com o rei da Jordânia, Abdullah II, que os Estados Unidos iniciaram uma "perseguição feroz" aos suspeitos dos ataques terroristas. O presidente se negou a revelar qualquer detalhe sobre as operações militares ou de inteligência em curso.
Um documento manuscrito que contém preces islâmicas, lembretes para levar facas e instruções relativas à preparação para morrer, foi encontrado na bagagem que supostamente pertenceu a um dos 19 sequestradores que participaram nos ataques terroristas, informou o jornal The Washington Post nesta sexta-feira. A notícia foi confirmada pelo FBI. Os agentes da polícia federal norte-americana teriam encontrado o documento na bagagem pertencente a um homem identificado como Mohamed Atta, suspeito de ser um dos principais organizadores dos ataques.
Na transcrição do documento, feita pelo The Washington Post, constam os seguintes trechos: "Recordar a batalha do profeta (...) contra os infiéis, quando construía o Estado islâmico", "todos odeiam a morte, temem a morte. Mas só aqueles, os crentes que sabem que há vida após a morte e a recompensa da vida após a morte, serão os que buscarão a morte", "controle todos seus pertences (...) seu bolso, suas roupas, facas (...) seus documentos, seu passaporte, todos seus papéis (...), assegure-se de que ninguém o siga".
Em Nova York a limpeza das cem mil toneladas de escombros do World Trade Center continua. A retirada de todos os destroços pode levar entre nove a doze meses, devido à complexidade da operação, indicou ontem o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, em entrevista à imprensa. No início, as autoridades da cidade haviam calculado apenas seis meses para a conclusão da tarefa. Até agora, foram retiradas do local 133.024 toneladas de escombros. O material está sendo transportado a um lixo gigantesco perto das ilhas de Staten Island.
No Brasil, O presidente Fernando Henrique Cardoso, declarou que os serviços de inteligência locais não detectaram movimentos terroristas na fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, em entrevista exclusiva ao serviço em espanhol da televisão CNN. Segundo FHC, "existem suspeitas" de que haja grupos terroristas ligados a entidades radicais islâmicas mas garantiu que a troca de informação entre as autoridades dos três países funciona perfeitamente e abortará qualquer ato violento.
A CIA e o FBI - agência de inteligência e polícia federal dos Estados Unidos - pressionam o governo para intensificar a busca por terroristas em solo brasileiro. A polícia federal brasileira e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) teriam recebido uma lista de quase 400 suspeitos para serem investigados, segundo o jornal Correio Brasiliense.
A fronteira argentina na região de Foz do Iguaçu ganhou reforço, tanto nas vistorias de cargas e bagagens, quanto na manutenção da "segurança internacional". Durante a Reunião do Conselho de Segurança Tri-Partite, o ministro do Interior argentino, Ramon Mestre, anunciou a manutenção de 400 soldados na província de Missiones (Estado onde fica Puerto Iguazú, distante 10 quilômetros de Foz), assim como o envio de três aviões Pucaran (os mesmos usados contra os ingleses na Guerra da Malvinas).
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