Os vereadores de Ortigueira (113 km ao sul de Apucarana), nos Campos Gerais do Paraná, ainda não definiram a data para a eleição do novo presidente da Câmara Municipal após o assassinato do parlamentar João Batista Luiz Borges na última segunda-feira (19). Ele foi morto com um tiro na cabeça depois de ser levado como refém da casa onde morava, na região rural do município. A escolha do chefe do Legislativo deve ser feita durante o mês de agosto, no fim do recesso.
Em entrevista ao Portal Bonde, o vice-presidente da Câmara, vereador Nivaldo de Oliveira Mello (PRB) - que está comandando interinamente a presidência - adiantou que, pelo menos por enquanto, nenhuma chapa foi apresentada. "Isso só deve acontecer no retorno dos trabalhos legislativos. Não sabemos se alguém irá se candidatar. Até o momento, ninguém se manifestou." Além de Mello, os vereadores Francisco Leônidas Carneiro (DEM) e Edson de Oliveira (partido não informado) ocupam as funções de primeiro e segundo-secretários.
Mello informou que 'vai apenar coordenar os serviços administrativos até a eleição.' O clima entre os parlamentares ainda é de tensão. "Nos reunimos com os representantes das forças de segurança da região. A insegurança é enorme. Não conseguimos trabalhar em paz". De acordo com o vereador, o encontro com a Polícia Militar teve como objetivo garantir a transferência de mais policiais para Ortigueira. "Em setembro, 79 alunos irão se formar no curso que está sendo lecionado. Eles serão distribuídos em 10 cidades da região. Espero que venha um bom efetivo pra cá", comentou.
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Outra possibilidade é a instalação de uma companhia da PM na cidade. "Essa é uma ideia um pouco mais remota, mas possível. Teremos que ceder um terreno e agilizar a infraestrutura. Está sendo estudado junto com a prefeitura", avaliou Mello.
Dois assassinatos em quatro meses
A Polícia Civil ainda investiga o assassinato do ex-presidente da Câmara de Ortigueira. O delegado responsável não descartou os crimes de latrocínio ou homicídio. Os autores também não foram localizados. Em abril, o vereador Rafael Ribeiro Costa (PTN) e o pai dele, Joarez da França Costa, conhecido como 'Caboclinho', foram mortos a tiros.
Na época, o delegado Rafael Souza, que preside o mesmo inquérito aberto para apurar o crime contra Borges, informou que dois homens pararam e, com um disparos de fuzil, atiraram contra a traseira do veículo onde os dois estavam. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Grossa.