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Em Arapongas

Aprovado, projeto 'Escola sem partido' deve impor restrições a professores em Arapongas

Danilo Brandão - Redação Bonde
09 nov 2017 às 12:25

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- Divulgação/Câmara Municipal de Arapongas
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O projeto de lei "Escola sem Partido" foi aprovado, por unanimidade, pela Câmara Municipal de Arapongas no início da semana passada. A cidade é a primeira da região de Londrina a aprovar a lei.

Autor do projeto, já aprovado em segunda e última instância, Rubens Franzin Manoel (PP) explica que o objetivo "é tomar uma atitude diante do inconformismo quanto ao teor e à quantidade de doutrinação político-ideológica nas salas de aula, fazer com que as escolas voltem a ser lugar para estudar, e não uma espécie diretório de partido".

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O texto indica seis "deveres" que os professores precisam ter em sala de aula. São eles: não se aproveitar da audiência dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para uma corrente política, ideológica ou partidária; não favorer nem prejudicar alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; não fazer propaganda político-partidária dentro de sala; tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas de forma justa; respeitar o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções; e o professor não irá permitir que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula.

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Segundo Rubens, a fiscalização ocorrerá com a ajuda dos pais e responsáveis. "O projeto é um anseio da sociedade civil, será feito um grande trabalho de informação sobretudo com os pais que se preocupam com os materiais e discursos que estão sendo usados para formar seus filhos e que ajudarão na fiscalização e na aplicação da lei. Além diso, será realizada a fixação de cartazes em todas as salas de aula com os deveres do professor."

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O vereador ainda ressalta que os professores estarão proibidos de falar sobre temas como sexualidade e religão durante as aulas. "Não cabe ao professor nem ao estado a formação moral, religiosa, politica e ideológica das criancas, tal formação deve ser delegada única e exclusivamente aos pais."


Em relação à liberdade de expressão dos professores, Rubens afirma que ela deve ser repeitada, porém, fora das salas de aula. "É importante compreender que a liberdade de expressão o professor tem quando está numa conversa com um amigo, ou nas suas redes sociais, em sala de aula se tal direito for aplicado se retira todo sentido do ensino."

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Algumas reclamações foram feitas por parte de pais de alunos que estudam em escolas municipais, segundo o vereador. Porém, para ele, o projeto se faz necessário porque a "prevenção é melhor que um remédio tardio".


Antes de redigir o texto, o vereador consultou o advogado Miguel Nagib, que é idealizador do projeto e coordenador da Associação Escola Sem Partido.

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Controvérsias


O projeto de lei tem gerado reclamações de profissionais da educação. Em ofício enviado a todos os vereadores, a APP Sindicato de Arapongas declarou ser contrária à implantação da lei na cidade.


"Vários órgãos brasileiros já se posicionaram contrários a esse projeto, dentre eles podemos citar o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Federal do Direito dos Cidadãos, que encaminhou estudo ao Congresso Nacional, apontando que o projeto Escola sem Partido impede o pluralismo de ideias de concepções pedagógicas, a liberdade cátedra e a possibilidade de aprendizagem."

Além disso, o sindicato afirma que o projeto é desnecessário porque "jamais foi registrado na ouvidoria ou em outras instâncias qualquer tipo de ocorrência decorrente de doutrinação política, partidária ou de outras temáticas".


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