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Típico do Paraná

Cambé realiza 21ª Festa do Barreado no domingo

Heloísa Prado - Redação Bonde
02 jul 2007 às 19:29

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Para ficar no ponto, o barreado precisa ficar de 12 a 18 horas em fogo baixo - Arquivo Folha
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Quem pensa que o barreado, prato típico do Paraná, só pode ser consumido nas cidades litorâneas - onde tradicionalmente ficou famoso - está redondamente enganado. Em Cambé, no norte do Paraná, há 20 anos o Lions Club Cambé Aliança organiza a Festa do Barreado, que atrai cada vez mais apreciadores do prato.

A 21ª Festa do Barreado de Cambé será realizada nos dias 6, 7 e 8 de julho, no Centro de Eventos, que fica no pátio da igreja matriz. Além do prato típico, que será servido apenas no domingo (08), a partir do meio-dia, haverá a 4ª edição da Exposição de Carros Antigos e a Feira de Orquídeas.

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Segundo o presidente da Comissão Organizadora, José Horácio dos Santos Liberatti, a expectativa do Lions Club é de que pelo menos seis mil pessoas visitem o evento. Para o domingo, os organizadores vão preparar barreado para servir aproximadamente 2.000 pessoas. "Ano passado mais de 1.500 pessoas vieram à festa para saborear o legítimo barreado. Vem gente de toda a região de Londrina. O Centro de Eventos já está ficando pequeno para a nossa Festa", comemora.

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O prato, feito à base de carne e em panela de barro, é forte, elaborado e delicioso! Por isso é ideal para ser consumido durante os meses mais frios do ano. Para fazer o barreado é necessária muita paciência, já que para ficar no ponto, o prato precisa de 12 a 18 horas de fogo baixo. Tradicionalmente, o Barreado é feito em fogão à lenha, mas nada impede que seu cozimento se dê em fogão a gás. Para isto, são necessárias algumas providências: a chama tem que estar no ponto mínimo e a panela deve ser colocada sobre uma chapa de ferro ou alumínio para que não fique em contato direto com o fogo.

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Esses e outros segredinhos, que dão ao barreado um sabor todo especial, também poderão ser conferidos durante a Festa em Cambé. É que os organizadores não fazem segredo da receita. Os visitantes que quiserem acompanhar passo a passo o preparo do barreado devem chegar bem cedo ao Centro de Eventos, pois as panelas começarão a ser preparadas às 7h da manhã. "Queremos compartilhar com as pessoas como fazer o único prato legitimamente paranaense. Temos que divulgar o que é nosso", explica Liberatti.


A visita à Exposição de Carros Antigos e à Feira de Orquídeas é gratuita. O preço do convite para participar do almoço no domingo é R$ 15,00 e dá direito a levar como lembrança o prato personalizado com a logomarca da Festa. Haverá ainda o sorteio de cinco panelas de barreado durante o almoço.

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Os convites para a Festa do Barreado podem ser adquiridos com antecedência, a partir desta quarta-feira (07), pelos telefones (43) 9123-1515, (43) 9122-0935 ou (43) 3254-3875. Os organizadores vão entregar os convites antecipados.


História

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No folclore paranaense, o Barreado é símbolo de fartura, festa e alegria . O nome do prato vem da expressão 'barrear' a panela, com um pirão de farinha de mandioca ou de cinza, impedindo que o vapor escape e o cozido não seque depressa. Há quem prefira a versão de que a origem do termo está ligada à panela de barro usada para fazer o cozido.


A sua origem é objeto de crônicas e polêmicas que divide as cidades de Paranaguá, Antonina e Morretes, cada qual reivindicando a paternidade do prato. Tudo começou quando as mulheres da região, para poderem participar do entrudo (festa precursora do carnaval), paravam com seus afazeres, para somente se dedicar à dança do Fandango (dança popular na Idade Média, mas obrigatória nos aristocráticos salões europeus, no século XVII), e comer o barreado.

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O cozido podia ser preparado com antecedência, o que permitia às caboclas acompanhar seus parceiros, sem descuidar das tarefas domésticas. Era só esquentar o barreado e fazer o pirão com farinha de mandioca escaldada pelo caldo grosso de carne, acompanhado de banana da terra cozida, pois mesmo requentado, o prato não perdia o sabor.


Outros dizem que o barreado incorporou-se à culinária cabocla com a ajuda dos tropeiros que subiam e desciam o litoral pelos caminhos das serras e que no fim da tarde, quando acampavam para o pernoite, faziam uma densa refeição. Afirma-se também que, no passado, o barreado era levado a um braseiro, onde deveria permanecer por 24 horas, até " ficar no ponto".

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De um jeito ou de outro, todos concordam que a cachaça sempre acompanhou e deve continuar acompanhando o barreado. Outros acompanhamentos típicos são a farinha de mandioca escaldada pelo caldo grosso do barreado, formando suculento e nutritivo pirão, e a banana, sempre encontrada em profusão na serra do mar.


Hoje, o barreado ultrapassou as fronteiras culturais e superou a disputa entre Morretes, Antonina e Paranaguá, para se tornar o mais típico prato do litoral paranaense. Os antoninenses que possuem a mais forte tradição carnavalesca do Paraná, tendem a associar o barreado ao "entrudo". Já os morretenses tendem a aproximar a origem do barreado com sua cidade, preferindo a versão de que o prato se incorporou à cultura local pela mão dos tropeiros.

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Receita de Barreado


Esta receita serve 15 pessoas. O cozido deve ficar em fogo baixo entre 12 e 18 horas.


• 5 Kg de carne (maminha, paleta ou lombo)
• 500g de toucinho defumado
• 4 cebolas grandes picadas em pedaçcos grandes
• 1 cabeça grande de alho moído
• Folhas de louro a gosto
• 1 colher rasa de cominho
• sal a gosto
• 1 quilo de tomates maduros, rijos, sem pele, sem sementes e picados
• 3 folhas de salsão ou aipo picadas
• 3 pés de alho-porro picados
• 2 maços de cheiro verde picados
• 4 colheres de sopa de vinagre de vinho
• 3 folhas verdes e pequenas de bananeira para sobrepor ao conteúdo da panela
• 2 quilos de farinha de mandioca fina para o lacre e para a mesa
• Farinha, bananas e pimenta para acompanhar


Modo de preparo


Inicialmente, forre o fundo da panela com uma camada de toucinho fatiado. Corte a carne em pequenos cubos, sempre observando o sentido da fibra. Coloque a carne e os demais ingredientes em uma panela de barro alta, alternando camadas de carne, toucinho e temperos. Quando o conteúdo ocupar mais ou menos 3/4 (três quartos) da panela, adicione um pouco de água (uns dois ou três copos). Finalmente, cubra o conteúdo com as folhas de bananeira (que devem ser sapecadas na fogo ou na chapa do fogão) em forma de circunferência, tampe a panela e leve ao fogo.


Para "barrear" a panela


O lacre da panela é feito com farinha de mandioca fina dissolvida em água fria e serve para evitar a saída de vapor durante todo o período de cozimento em fogo baixo. É muito importante que este lacre não se rompa. Manter a panela hermeticamente fechada é vital para se obter o melhor sabor do prato. Um quilo de farinha é suficiente para lacrar a tampa de uma panela grande de barro. Despeje um pacote de farinha numa bacia, adicione água fria e mexa o angu com as duas mãos até ele se transformar numa argamassa, nem muito mole e nem muito dura. Para barrear, enrole a massa até formar um cubo gosso e calafete a tampa ao corpo da panela. Molhe as mãos em água fria e passe seguidamente sobre a argamassa até o anel de vedação ficar bem liso e aderente.


Observe que o anel de argamassa se torna seco e à vezes se rompe devido à força do vapor. Mantenha a bacia com a argamassa de farinha sempre à mão e restaure o lacre toda vez que notar a saída de vapor. Para reparar o lacre, enrole um pequeno cubo de argamassa e aplique no local do vazamento para estancar o escape de vapor. Umedeça a mão em água fria e alise seguidamente até o remendo se fundir com o anel de argamassa seco.

Como a panela está lacrada, o aroma forte exalado após 18 horas de cozimento é a única forma de saber que o barreado está no ponto.


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