O comandante geral da Polícia Militar, coronel Roberson Bondaruk, participou da reunião extraordinária da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (8) para esclarecer a ação da PM no último final de semana, em evento pré-carnavalesco realizado no centro histórico de Curitiba. Acompanhado do subcomandante do Comando Geral, coronel César Souza, e do comandante do 1º CRPM, coronel Ademar Cunha Sobrinho, Bondaruk disse aos deputados que uma sindicância foi instaurada para apurar os fatos e verificar se houve ou não excessos de força policial naquele episódio. De acordo com o comandante, após a análise detalhada das informações técnicas, se configurado eventual abuso, haverá responsabilização daqueles que atuaram em desacordo com as prerrogativas da polícia.
"Até o momento, com as informações preliminares levantadas, temos que a PM fez o uso da força estritamente necessário para a situação. Nós determinamos, em todo caso, uma sindicância. Estamos coletando imagens, depoimentos, no sentido de que a ação de todos os policiais que participaram daquele evento seja levantada e avaliada. Num primeiro momento, temos esta convicção. Mas só vamos ter a garantia do que realmente aconteceu após as conclusões da investigação. É nosso compromisso com a sociedade paranaense apresentar o resultado das investigações, aplicando a medida adequada para aqueles que tiverem eventualmente atuado com excesso e abuso de autoridade", afirmou Bondaruk.
O comandante da PM destacou que há treze anos o bloco pré-carnavalesco se apresenta em Curitiba, sem qualquer incidente, e que o número de policiais destacado para acompanhar o evento – que no último domingo inclusive já havia encerrado – era suficiente e adequado. O reforço policial foi depois acionado, mas isso após a reclamação de moradores e comerciantes da região. "O bloco saiu durante treze anos e sem qualquer problema. O bloco não é o problema. Eles apresentam uma atividade cultural, tranquila, pacífica, tanto é que o evento negativo não aconteceu durante o desfile do bloco, e sim após o encerramento da manifestação. Então é lógico que se houve este nível de agressividade de algumas pessoas que estavam nas proximidades, isso exige uma postura diferenciada da polícia".
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O presidente da Comissão de Segurança, deputado Mauro Moraes (PSDB), afirmou que pretende acompanhar o evento pré-carnavalesco do próximo final de semana para saber como são conduzidas as ações de segurança. "Como presidente da comissão, logo após a investigação, vou solicitar cópia da documentação para que, efetivamente, se houve abusos ou truculência por parte da polícia, que haja punição. Tenho quase certeza que não houve abuso. O que houve foi que a polícia foi chamada e foi recebida com pedradas e garrafadas, e tomou as providências necessárias diante disso. Estarei presente no evento para verificar a situação", garantiu.
Para o deputado Tadeu Veneri (PT), não há dúvidas de que, se comprovado o excesso na ação policial, haverá punição, mas talvez seja necessário repensar a estratégia de segurança em eventos com grande concentração de pessoas. "O questionamento que continuo fazendo é se houve excesso da polícia ou não. O coronel afirmou que o inquérito está em andamento para apurar o fato. E obviamente que comprovado o excesso, não temos dúvidas de que haverá punição. O que nos preocupa é que teremos ainda outros grandes eventos em Curitiba. Eu não compactuo com a opinião que se não houvesse uma ação da polícia poderíamos ter uma convulsão social. É claro que é preciso cobrar o porquê daquela ação".
Participaram ainda da reunião da Comissão de Segurança os deputados Pedro Lupion (DEM), Élio Rusch (DEM), Reni Pereira (PSB), Nelson Luersen (PDT), Péricles de Mello (PT), Professor Lemos (PT) e Ademir Bier (PMDB).