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Egípcia que vive em Foz nega ligação com terroristas

Emerson Dias - Folha do Paraná
18 set 2001 às 09:47

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A mulher que vem sendo considerada uma principais conexões de grupos extremistas árabes na América Latina vive de favores para sustentar os filhos, que têm seis, cinco e três anos.
Sahar Mohamed Hassam Abud Hamanra, egípcia de 28 anos, disse que sempre viveu em Foz do Iguaçu e que está assustada depois de ter seu nome citado pela imprensa nacional como um dos suspeitos de envolvimento no atentado dos Estados Unidos. "Não entendo o que está acontecendo. Além de passar por dificuldades, agora tenho medo de sair de casa", lamentou Sahar, lembrando que a primeira atitude que teve foi de ligar para a Polícia Federal e informar o local onde mora.
"Cheguei a me vestir para esperar os agentes, mas eles disseram para eu ficar tranquila porque não havia nada contra mim", comentou a muçulmana, destacando que possui nacionalidade brasileira, assim como os filhos (todos nascidos em Foz).
O nome de Sahar foi envolvido a grupos terroristas depois que sua família foi detida em 29 de janeiro de 1999 perto de Chuí (RS), fronteira com o Uruguai. Ela e os filhos foram liberados, mas o marido Said Hassam Mohamed Moklhes (eles estão casados desde 1993) acabou preso porque usava passaporte falso. "Queríamos trabalhar em qualquer lugar do Reino Unido. Além da acusação de documentos ilegais, não há qualquer prova de envolvimento entre ele e terroristas", disse Sahar em entrevista exclusiva à Folha.
Sobre o seu envolvimento com o prefeito de Chuí, Mohamad Kassem Jomaa (também citado na imprensa como possível seguidor de Osama bin Laden), a egípcia confirmou que esteve na casa do político, logo depois de liberada pelos policiais uruguaios. "Passei duas semanas como hóspede dele, até conseguir voltar a Foz. Ele fez o que qualquer um faria ao ver uma mulher abandonada com suas crianças."
Sahar aceitou conversar com a reportagem somente com a presença de representantes da comunidade muçulmana local (cerca de 11 mil árabes vivem em Foz e Ciudad del Este no Paraguai). Mesmo usando burqa e chadour (véu e vestimentas que encobrem a cabeça e também o corpo das muçulmanas), Sahar não permitiu fotos de nenhum ângulo.
Fiel às crenças muçulmanas, onde as mulheres são impossibilitadas de trabalhar, Sahar tem dificuldades em manter a casa (um pequeno apartamento localizado na região leste da cidade) e os filhos. Vestindo roupas em tom azul e com flores bordadas, a mulher magra e de olhos estreitos encerrou a entrevista pedindo para que não fosse incomodada. "Não posso ir à mesquita porque estou só. Tenho medo por mim e pelos meus filhos."
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