O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), está desenvolvendo um projeto de pesquisa, com recursos próprios e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para o controle do verme Haemonchus em ovinos, a partir da mistura de estrato de acácia. A casca da árvore contém tanino, um composto que, entre outros, protege a raiz da planta e dá o gosto adstringente – "amarra a boca", numa linguagem popular – para frutas, como o caqui. O tanino também está presente no vinho tinto, já que a casca da uva contém esse composto, que é anticancerígeno para o ser humano.
Segundo o pesquisador do Iapar Alessandro Minho, o verme Haemonchus vive no estômago dos ovinos é o principal responsável por morte ou ganho de peso inadequado dos animais. "Como esse verme é hematófago, em uma grande infestação o cordeiro pode perder 40 ml de sangue por dia, um volume significativo para um ruminante de pequeno porte", alerta o pesquisador.
As pesquisas de Minho mostraram que o uso do tanino diminuiu significamente o número de ovos de vermes nas fezes dos animais, o que contribuiu na diminuição da contaminação das pastagens. "Se o pasto está menos contaminado, o ovino não vai precisar, ou vai usar menos remédio de controle dos vermes", afirma o cientista. De acordo com ele, a redução é de 20 a 80% na quantidade de ovos, conforme o tempo de ingestão, a faixa etária do animal e o tipo de verme.
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Minho, no entanto, faz uma ressalva. "Não é possível usar o tanino como medicamento para matar os vermes adultos que estão no cordeiro. Em algumas pesquisas o resultado foi bom, em outras, não, por isso precisamos continuar pesquisando para obter dados mais concretos".