Com redução expressiva nos números de homicídios de mulheres e negros, o Paraná foi destaque nacional no Atlas da Violência, desenvolvido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). O documento, que contém levantamento dos crimes relacionados a mortes nos estados e no Distrito Federal em 2019, foi divulgado nesta semana.
O Paraná registrou queda de 41,7% na taxa de homicídios de mulheres na década mencionada (2009 a 2019), ficando atrás apenas de dois estados: Espírito Santo (-59,4%) e São Paulo (-42,9%). Em números absolutos, em 2009 foram registrados 331 homicídios de mulheres no Paraná e, em 2019, 204, uma redução de 38,4%.
Em relação à taxa de homicídios de negros por 100 mil habitantes em 2019, o Paraná ficou atrás apenas de São Paulo (9,1) e Santa Catarina (13,8), fechando o ano em 14,8. A redução é de 39,1% quando comparado com a taxa de 2009, que foi de 24,2. Além disso, dentre as vítimas de homicídios no Paraná, em 2019, 71% eram não negros. Dentre os homicídios de não negros, a queda foi de 50,3% (2.972 em 2009 e 1.477 em 2019).
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“A redução dos índices de homicídio é resultado de uma política estratégica de segurança pública que conta com tecnologia, inteligência, integração e grandes investimentos”, afirmou o secretário estadual da Segurança Pública, Wagner Mesquita. “Trabalhamos para manter o Paraná em nível de excelência com patrulhamento nas ruas, análise de pontos de maior incidência criminal e investigações técnicas para, cada vez mais, trazer a sensação de segurança que a população paranaense espera e merece”.
A taxa de homicídios geral por 100 mil habitantes teve redução de 20,3% em todo o país na década analisada (2009-2019). No Paraná, a diminuição foi de 47,1% quando comparado 2009 (taxa de 34,6) com 2019 (taxa de 18,3). Em números absolutos, a queda foi de 1.603 homicídios (-43,3%): 3.698 ocorrências do crime em 2009 e 2.095 em 2019.
O delegado-geral da PCPR (Polícia Civil do Paraná), Silvio Rockembach, aponta a atuação integrada das unidades da PCPR como fundamental no combate aos homicídios. “Mais de 80% dos homicídios estão relacionados ao tráfico de drogas. Assim, a ação conjunta entre a Divisão Estadual de Narcóticos, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, a Agência de Inteligência, Delegacia da Mulher e as delegacias de área, contribuiu para melhorar o índice de solução de homicídios, chegando diretamente na queda do número de ocorrências”, explicou.
A união entre forças e equipes, bem como o empenho na elaboração dos trabalhos, segundo a delegada-chefe da Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa da PCPR, Camila Ceconello, é o que faz a diferença no trabalho e nos resultados. “Esses bons índices se devem a inúmeros fatores, dentre eles uma polícia composta de servidores capacitados, dedicados e comprometidos, que atuam cada vez mais de maneira técnica nas investigações”, afirmou.
Ela também destaca que a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa tem um setor criado para atendimento da população vítima de preconceito e discriminação. “O foco em solucionar de forma dedicada, comprometida e técnica todos esses crimes de homicídios cometidos contra essa população, aliado ao trabalho competente das Delegacias da Mulher espalhadas pelo estado, também são responsáveis pela redução desses crimes cometidos contra negros e mulheres no nosso estado”, afirmou a delegada.