Organizações não governamentais (ONG's) do Paraná e de São Paulo estão tentando barrar a vinda de 6 mil metros cúbicos de solo contaminado para Curitiba.
Segundo denúncia da Associação de Combate aos Poluentes Orgânicos Persistentes (ACPO), de Santos (SP), o material será transferido de um terreno pertencente à uma indústria química de Cubatão (SP) para um aterro de uma empresa de soluções ambientais, na Cidade Industrial de Curitiba. Os resíduos começariam a ser transportados ontem.
De acordo com o diretor de Comunicação da ACPO, João Carlos Gomes, a área onde o lixo tóxico foi detectado foi comprada pela empresa de Cubatão para a construção de uma subestação de energia elétrica.
Leia mais:
Lote 3 das novas concessões terá rodovias estaduais duplicadas entre Londrina e São Paulo
UEM aplica provas do PAS para quase 24 mil estudantes neste domingo
Itaipu celebra Dia Internacional da Onça-pintada
BR-376 em Sarandi será interditada neste domingo para obras do novo viaduto
Segundo ele, a indústriao tentou enviar os resíduos para Tremembé (cidade do interior de São Paulo), mas diante da resistência da população de lá a empresa encontrou como alternativa o aterro em Curitiba.
No Paraná, a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar) abraçou a causa. Uma das integrantes da Amar, Zuleica Nycz, disse que a entidade denunciou a transferência dos resíduos para a Promotoria do Meio Ambiente e também está disposta a procurar na Justiça a solução para o impasse.
O secretário de Estado do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, confirmou que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) autorizou a transferência dos resíduos com base nos laudos técnicos apresentados pelas empresas envolvidas no caso. As análises, segundo ele, mostravam que o material continha apenas solventes orgânicos.
Andreguetto garantiu que depois de receber denúncia da Amar de que os resíduos continham organoclorados (tipo de agrotóxico), suspendeu a autorização e pediu novas análises tanto das empresas responsáveis como da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo.
''Caso seja confirmada a presença da substância, a autorização será cancelada e as empresas serão responsabilizadas'', afirmou o secretário.
A transferência de resíduos tóxicos de outros estados para o Paraná é uma prática comum. ''Assim como é normal nós remetermos materiais para outros estados'', disse a coordenadora de Estudos e Padrões Ambientais do IAP, Ana Cecília Bastos Nowacki. Uma resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente, no entanto, proíbe a importação de materiais que contenham organoclorados.
Leia esta e outras notícias na Folha de Londrina desta terça-feira.