O Paraná registrou queda no número de acidentes, feridos e mortes no trânsito no primeiro semestre do ano. Levantamento da Polícia Militar mostra 35.606 acidentes em vias urbanas e rodovias estaduais. O número representa redução de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 46.759 acidentes.
No período houve 13.176 feridos e 454 óbitos, contra 17.950 feridos e 564 mortes do ano anterior. A queda é de 26,6% em feridos e 19,5% em óbitos. A média foi de 195,6 acidentes e dois óbitos por dia no trânsito do Estado.
O balanço aponta, ainda, que nas vias urbanas ocorreram 30.878 acidentes, com 10.501 feridos e 158 mortes, de janeiro a junho deste ano. Os números são inferiores aos registrados no mesmo período de 2019, quando foram 41.964 acidentes, 14.595 feridos e 213 óbitos. O isolamento social contribuiu para a redução dos acidentes.
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Já nas rodovias estaduais, onde o trânsito de veículos pesados e de carga continuou normalmente durante a pandemia, não houve grande impacto no tráfego e, consequentemente, nos dados. No semestre houve 4.728 acidentes, com 2.675 feridos e 296 mortes, ao passo que no mesmo período do ano passado foram 4.795 acidentes com 3.355 feridos e 351 mortes.
CURITIBA
Na Capital, o BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito) também registrou redução. No primeiro semestre deste ano foram contabilizados 2.352 acidentes contra 2.993 no ano passado. O número de feridos foi de 1.842 neste ano, contra 2.385 em 2019. Neste ano houve 18 óbitos no local do acidente e em 2019 foram 30 mortes no trânsito. Os autos de infrações tiveram queda de 18% - 13.965 para 11.437 comparando os seis primeiros meses de 2019 e 2020.
ISOLAMENTO
O trânsito, assim como outros setores, registrou efeitos das medidas de isolamento social. Com o fechamento de estabelecimentos considerados não essenciais, suspensão das aulas e outras restrições, a circulação de veículos caiu nas cidades e, consequentemente, os casos de acidentes.
O comandante do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), tenente-coronel Mario Henrique do Carmo, destaca que a redução dos acidentes e mortes alivia o sistema hospitalar, sobrecarregado com outras demandas, principalmente com pacientes diagnosticados com coronavírus. "Temos que considerar que, lamentavelmente, as as pessoas acidentadas no trânsito numa situação de normalidade tendem a ocupar em torno de 60% dos leitos de UTI. Se considerarmos que esse número reduziu, teremos uma demanda menor nos hospitais, uma ocupação menor desses leitos, deixando-os disponíveis para o atendimento dos infectados da Covid-19”, destacou.
Para o comandante, a redução dos acidentes no trânsito podem impactar numa maior consciência dos cidadãos, para valorizarem a vida. Ele destaca ainda que é possível que num cenário sem pandemia, com a participação ativa da sociedade, os números de acidentes caiam ainda mais.
"Toda a situação que envolve a pandemia toca as pessoas sobre a valorização da vida humana, e acreditamos que isso possa também refletir nos números de acidentes de trânsito quando voltarmos à normalidade”, finaliza.