O estado do Paraná registrou 3.135 mortes violentas em todo o ano de 2012, de acordo com o relatório de criminalidade divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (SESPPR) nesta quinta-feira (31). Com o total, a cada dia pelo menos oito pessoas em média foram assassinadas no Estado entre os 366 dias de 2012.
O número de mortes violentas foi 1,6% maior do que em 2011, quando morreram de forma violenta 3.085. Apesar de praticamente estável, a alta reverteu o quadro registrado entre 2010 (quando foram 3.276 mortes) e 2011. Entre os dois anos houve retração de 5,83% na criminalidade.
Em geral, enquanto a Capital e a Região Metropolitana tiveram redução de homicídios, o interior e o Litoral registraram aumento nos assassinatos. De acordo com dados da SESP, a Área Integrada de Segurança Pública (AISP) – grupo de municípios analisados pela secretaria na questão de criminalidade – que teve aumento mais significativo foi a de Paranaguá, que reúne, além do município, os outros seis do Litoral.
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Na região o aumento foi de 140% no número de mortes violentas e saltou de 37 em 2011 para 89 em 2012. Os dados alarmantes se repetem também em outras AISP que reúnem grandes cidades do Estado. Em Londrina e região, a alta de criminalidade foi 38% entre o ano retrasado e o ano passado – a cidade recebeu uma UPS em dezembro de 2012.
Fortalecimento dos municípios – de acordo com o delegado federal e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Algacir Mikaloviski, há uma manutenção dos índices de violência em um patamar muito alto, o que reflete, na opinião dele, a necessidade de mais investimentos nos municípios para que a violência diminua nos estados.
Ele acredita que os municípios precisam receber mais do que o policiamento das UPS. "Nós não vivemos só em uma estado ou país, mas em municípios, que precisam de políticas públicas gerais de infraestrutura e guardas municipais mais atuantes e mais ativas", diz o delegado.
Segurança - o delegado ainda pondera que o poder público precisa de iniciativas que façam com que a população volte a ter confiança nas forças de segurança, seja Polícia Militar ou Polícia Civil. "A pessoa as vezes acha que o policial não faz o serviço perante o aumento de criminalidade. As estatísticas de roubos, por exemplo, são falhas, porque muitas pessoas não registram Boletins de Ocorrência porque não confia no policial".
Ainda na opinião do delegado, há um problema sério nas forças de segurança porque os policiais saem muito cedo da atividade nas corporações, quando já têm uma bagagem de conhecimento para contribuir com o combate à violência. "Hoje um policial se aposenta com 25 anos de carreira. E as escolas de polícia não conseguem repor a quantidade de policiais que sai da corporação desde a década de 1970", explica, sobre a falta de policiais.