Os policias federais que atuam no Paraná decidiram paralisar suas atividades por 48 horas a partir desta segunda-feira (26), seguindo a mobilização nacional da categoria. De acordo com o Sinpef-PR, sindicato que representa os agentes, papiloscopistas e escrivães no Estado, a expectativa é que 80% dos profissionais cruzem os braços hoje e amanhã. Com isso, apenas os serviços de urgência devem ser mantidos.
"Os delegados e peritos vão trabalhar, em esquema de plantão, para cuidar dos presos e também manter as atividades essenciais. No caso da emissão de passaportes, como há muita terceirizada, também não deve haver problema", explicou o presidente do Sinpef-PR, Fernando Vicentine.
O movimento no Estado acompanha a ação coordenada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) desde a semana passada. Na capital paranaense, a concentração começou hoje na Superintendência da PF, às 9h, e uma manifestação pública está programada para terça-feira (27), às 14h, em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Há atividades previstas também em Londrina e nas outras sete delegacias descentralizadas do interior, localizadas em Guarapuava, Maringá, Paranaguá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guaíra e Cascavel.
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Entre as reivindicações estão o reconhecimento das atribuições de nível superior, o fim do assédio moral, a igualdade de oportunidades dentro do órgão, além da implantação de leis que garantam a gestão meritocrática na PF e de soluções que evitem o "êxodo" de policiais para outras carreiras, com melhores condições de trabalho. "Queremos perguntar à sociedade que tipo de polícia que ela deseja – uma polícia eficiente ou uma que vem sendo castigada por combater a corrupção", argumentou Vicentine.
Ele explicou que, apesar de na última terça-feira (20) os policiais do Paraná não terem interrompido suas atividades, a exemplo do que fizeram os profissionais de Brasília, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, todos estão em estado de greve há mais de 30 dias. "Faz parte de uma estratégia da federação nacional fazer a mobilização em dias alternados, para chamar a atenção da sociedade".
Por orientação da Fenapef, novas paralisações, atos e protestos devem ocorrer nos próximos dias, tanto no Paraná quanto em outros estados, para que o governo se sensibilize com a situação dos policiais federais e com as suas reivindicações.
Procurada pela reportagem, a Superintendência da Polícia Federal no Paraná disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que as informações sobre a mobilização devem ser obtidas junto ao Sinpef-PR. O órgão também informou que só sera possível estimar quantos servidores aderiram à mobilização e quais foram os serviços interrompidos no final do dia.