Lugares escuros e apertados, com oferta exclusiva de serviços de sapataria, estão se transformando em centros especializados de prestação de serviços. Aos poucos, as pequenas sapatarias de fundo de quintal começam a ganhar os shoppings e áreas privilegiadas. A idéia surgiu há oito anos no Brasil, com a inauguração da primeira loja desse gênero.
O proprietário e diretor de uma rede de franquias, Paulo César Mauro, conheceu a novidade em viagens que fez pelos Estados Unidos e Europa. ''A gente tinha dúvidas de que o brasileiro e o mercado nacional conseguissem absorver a novidade. Mesmo assim, resolvi apostar'', afirma.
Quando foi inaugurada em São Paulo, estatísticas revelavam que mais de 60% da população brasileira jogavam fora os sapatos quando os mesmos apresentavam pequenos defeitos. O motivo, de acordo com Mauro, era o fato de o sapateiro tradicional não buscar a evolução tecnológica.
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O empresário buscou pontos movimentados. ''O custo é maior e nos força a sermos mais eficientes, por isso resolvemos investir em inovação tecnológica, com equipamentos modernos. Os serviços são rápidos e com qualidade.''
Para garantir a qualidade, alguns produtos importados tiveram que ser comprados. É o caso do solado antiderrapante®MDNM¯, que consiste numa película fina colocada sobre o solado de couro. ''A tecnologia é européia. A película é impermeabilizante e barata. Além disso, ela dura muito tempo'', garante o empresário.
Outro material importado é o protetor de salto. ''As pessoas gastam mais de um lado do salto do que de outro. O protetor é um emborrachado que se coloca no lado externo do pé e triplica a vida do salto'', explica.
Além dos serviços tradicionais de sapataria, o local ainda oferta produtos de conservação com 300 itens para bolsas, sapatos e tênis. Deste total, 213 produtos são nacionais. ''Isso ajuda a sobreviver dentro de shoppings'', comenta Mauro. A sapataria ainda presta serviços para outras lojas dentro dos centros comerciais.
Para lojas de calçados, é ofertada uma máquina para lassear calçados de forma que o sapato se adapte ao pé do cliente. Além de palmilhas especiais, alças de bolsas e sandálias são ajustadas.
Atualmente, a rede conta com 147 lojas no Brasil. Noventa por cento dos estados já contam com lojas da rede de franquias. Em Curitiba, a novidade chegou no ano passado. A primeira loja foi inaugurada no Shopping Curitiba. Agora tem lojas franquiadas no Mueller, no Angeloni e no Alto da XV. O investimento previsto para esse tipo de negócio pode variar entre R$ 25 mil a R$ 75 mil.
Depois de Curitiba, a rede vai tentar conquistar o público de Londrina. A primeira franquia do grupo vai ser inaugurada em novembro. A loja vai ser na Avenida Higienópolis, conjugando sapataria e costura. ''A gente está surpreso com o crescimento que tem sido de 20% ao ano, apesar da crise econômica que assola o País. Em 2002, vamos fechar com 30% de crescimento. A idéia de serviço tem risco menor. Um conjunto de serviços fortalece mais o investidor'', avalia.
A empresa conta ainda com uma rede de reforma de roupas. São 98 lojas no País, com investimento previsto entre R$ 25 mil e R$ 50 mil. Com projeto italiano, uma lavanderia tem 17 lojas em São Paulo e Minas Gerais, com investimento de R$ 75 mil a R$ 250 mil. Outro serviço é o de bordados, com previsão de investimento entre R$ 25 e R$ 100 mil.