O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou nesta terça-feira (18) que a invasão ao Palácio Iguaçu, ocorrida no fim da manifestação de ontem, na capital, foi um ato praticado por poucos "baderneiros", que tiveram clara "motivação política". Ele concedeu entrevista coletiva ao lado dos comandantes das forças de segurança do Estado.
"Tanto em Curitiba, como no resto do Brasil, mas especificamente em relação ao nosso caso, desde o primeiro momento eu apoiei essa manifestação, que na verdade foi pacífica e ordeira. Muitas pessoas – mais de 10 mil aqui na capital e também em outras cidades do Estado – participaram para reivindicar suas propostas, apresentar suas ideias. Mas, lamentavelmente, ao final de um longo percurso, alguns desses manifestantes vieram aqui ao Palácio Iguaçu. Pouco mais de 200 baderneiros, e não tenho dúvida alguma de que com fins políticos, depredaram o patrimônio que é dos paranaenses", afirmou.
Segundo ele, essas pessoas arrancaram o portão, picharam as paredes e quebraram algumas vidraças da sede do governo estadual. "Os próprios manifestantes, pessoas de bem, repudiaram a atitude desses baderneiros, como eu vi também o repúdio à anarquia, ao quebra-quebra, em outras capitais do país. Tanto é verdade que eles (manifestantes) começaram a limpar as paredes externas aqui do Palácio Iguaçu", completou.
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O governador elogiou a atuação das forças de segurança do Estado no acompanhamento da manifestação em Curitiba. No total, nove pessoas foram detidas, sendo que duas acabaram liberadas em seguida, depois de assinarem termos circunstanciados, e as outras sete soltas hoje.
Beto Richa também negou que a ida dos participantes do movimento ao Palácio Iguaçu tenha ocorrido devido a uma possível insatisfação da população com o seu governo. "Não vi nenhuma manifestação, nenhuma faixa em relação ao nosso governo. Entre os mais de 10 mil manifestantes, pelo que eu soube, poucos vieram ao Palácio Iguaçu, diante do grande número que havia na saída, lá na Boca Maldita".
Tarifas - Em relação ao aumento das tarifas do transporte público, que motivou nacionalmente a realização dos protestos, o tucano disse ter sido o único governador a anunciar a redução nos preços. "Nós reduzimos a tarifa e também demos condições para os prefeitos das grandes cidades brasileiras poderem fazer o mesmo. Em todas as cidades beneficiadas com a isenção que concedemos do ICMS sobre o óleo diesel do transporte, os prefeitos do interior reduziram a passagem de ônibus", justificou.
Sobre o reajuste em Curitiba, onde o preço da passagem em março subiu de R$ 2,60 para R$ 2,85, ele alegou não querer tornar o debate político, "como alguns tentaram explorar", mas aproveitou para criticar a administração municipal. "O prefeito (Gustavo Fruet, do PDT) já disse que não vai reduzir a passagem, deu as suas explicações; muito embora quando aumentaram a passagem, a desculpa que deram era que isso acontecia porque foi cortado o subsídio. O subsídio foi recomposto, mas além do subsídio, três impostos foram isentos do transporte público". (Atualizado às 12h35)