O governo do Paraná enviou um ofício à Assembleia Legislativa confirmando a retirada dos dois projetos de lei que previam ajustes fiscais e previdenciários, com corte de gastos para reequilibrar as contas do Estado. As medidas resultaram em uma série de greves no funcionalismo público estadual e na revolta dos servidores, que invadiram o plenário do Legislativo na tarde da última terça-feira (10), quando o projeto estava prestes a ser aprovado.
O documento chegou à Assembleia por volta das 16h." O secretário-chefe da Casa Civil vem por meio desta solicitar a retirada dos projetos PLC 06/2015 e PLO 60/2015 para reexame, e em virtude das manifestações ocorridas. Também para garantir a integridade física e segurança das senhoras e senhores parlamentares", diz documento assinado por Alexandre Teixeira, diretor geral da Casa Civil.
O dia foi marcado por muita tensão dentro e fora da Assembleia. Com servidores acampados no plenário, a sessão marcada para as 14h30 foi realizada mais uma vez em uma sala no quinto andar do prédio, ao lado do restaurante.
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Para chegar até lá, deputados da base governista passaram por uma situação vexatória. Chegaram em camburões do pelotão de choque da Polícia Militar, escoltados inclusive pelo secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Francischini.
Quando a sessão já havia iniciado, manifestantes furaram o bloqueio da PM e ocuparam o pátio da Assembleia. Foram disparadas balas de borracha, insuficientes para conter a população, que tomou o local.
A pressão deu resultado e minutos depois a sessão foi suspensa e encerrada, com a promessa de retomar os trabalhos em 23 de fevereiro. Com gritos de "retira ou não sai", manifestantes cobravam o fim dos projetos.
Em um primeiro momento, foi anunciado o fim do "tratoraço", ou seja, a comissão geral que analisaria os projetos em conjunto. Logo depois, com a chegada do ofício do governo do estado, foi confirmado o fim do 'pacotaço'.
Deputados da oposição comunicaram a decisão aos servidores que ocupavam o pátio da Assembleia, que começaram a sair do local por volta das 16h e iniciaram a comemoração na praça Nossa Senhora da Salete com os gritos de "o povo, unido, jamais será vencido".
(com informações da repórter Mariana Franco Ramos/Equipe Folha