Policiais militares que deixam as suas cidades de origem para integrar operações em outras localidades do estado têm direito a R$ 180 por dia para custear estadia e alimentação. Entretanto, os homens do interior paranaense que participam do cerco policial no Centro Cívico, em Curitiba, nesta segunda-feira (27), viajaram para a capital sem receber as diárias. Denúncias recebidas pela Associação dos Praças do Paraná (Apra-PR) dão conta de que alguns policiais viajaram por até nove horas para participar da operação em Curitiba. "Alguns deixaram as suas cidades dirigindo as viaturas e passaram a noite sem dormir. Isso é inadmissível", destacou o presidente da Apra-PR, Orélio Fontana Neto, em entrevista ao Bonde.
De acordo com ele, os policiais estão precisando tirar dinheiro do próprio bolso para se manter na capital. "Eles não têm o que comer e não sabem onde vão dormir", observou Fontana, acrescentando que o Centro Cívico não possui o mínimo necessário de estrutura para obrigar os PMs. "Os policiais não têm banheiros à disposição e há confusão durante a troca de turnos. Seria cômico se não fosse trágico", criticou.
Conforme Fontana, mais da metade dos cerca de 1,1 mil policiais destacados para fazer o cerco no Centro Cívico veio do interior do estado, muitos deles do 5.º Batalhão de Londrina. "São homens sem condições de estar onde estão", argumentou.
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Outro ponto ressaltado pelo presidente da Apra envolve policiais que estariam desconfortáveis enquanto integrantes do cerco policial. "Ele saiu de sua cidade de origem para encontrar, na operação, o professor de seu filho, que também está na capital participando dos protestos", explicou.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) informou que pretende depositar os valores das diárias nas contas dos policiais ainda nesta segunda-feira. Já a Apra abriu um canal de comunicação com os PMs que estariam interessados em denunciar as más condições de trabalho. Os homens podem entrar em contato com a entidade por meio do e-mail [email protected] ou do telefone (41) 3018-6003.
Protesto
Em greve, os professores da Rede Estadual e das universidades públicas foram para Curitiba nesta segunda-feira com a intenção de acompanhar, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a votação de um projeto de lei que prevê alterações ao ParanaPrevidência. Os manifestantes, no entanto, foram impedidos de entrar no prédio pelos policiais.
Pela manhã, o comando da Polícia Militar se reuniu com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) para informar que a força policial foi montada com o intuito de garantir o cumprimento da liminar concedida pelo juiz Eduardo Lourenço Bana, do Tribunal de Justiça (TJ), que proíbe a APP de ocupar o prédio da Alep. Se não obedecer, o sindicato terá que pagar uma multa de R$ 100 mil.