Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Para conter a Covid-19

Sem profissionais para ampliar leitos, medidas restritivas são as mais eficazes no PR

Luís Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
10 mar 2021 às 20:28
- Luís Fernando Wiltemburg/Arquivo FOLHA
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade


O aumento no número de leitos para cuidados a pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 no Paraná está próximo de sua capacidade máxima, mas por conta da falta de profissionais aptos a atuarem neste cenário. Com isso, as medidas mais eficazes ainda são o isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.

Este foi o panorama traçado por representantes do governo do Paraná na audiência da ação conjunta proposta pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, na qual os órgãos pedem, entre outras coisas, o endurecimento das regras de isolamento social, a instalação de hospitais de campanha e a transferência de pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 para outros Estados, em caso de falta de leitos.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Ao justificar a ação proposta, o defensor público do Estado Julio Salem afirmou: "O que nos move nesta demanda é o fato palpável das vidas perdidas, ao contrário senso, a preocupação com a vida é nosso norte.”

Leia mais:

Imagem de destaque

Rompimento de adutora afeta abastecimento em bairros de Apucarana

Imagem de destaque
Entenda

Saúde não vai ampliar faixa etária de vacinação contra a dengue no PR

Imagem de destaque
Ataque de fúria

Durante espera por atendimento, mulher destrói computadores de unidade de saúde de Rolândia

Imagem de destaque
Nesta semana

Técnicos do IAT de Pitanga resgatam filhote de coruja-buraqueira


O processo corre na 3ª Vara Federal de Curitiba. Após uma audiência de mais de três horas, na tarde desta quarta-feira (10), a juíza Ana Carolina Morozowski preferiu avaliar o grande volume de informações e os novos documentos anexados ao processo no início da tarde antes de proferir uma decisão.

Publicidade


A ação foi impetrada ao final do decreto do governador Ratinho Junior (PSD) determinando a suspensão das atividades não essenciais no Paraná por um período de 11 dias, a fim de reduzir a circulação de pessoas e, por consequência, da velocidade de transmissão do novo coronavírus. A partir desta quarta, está permitido o retorno de todas as atividades e até de aulas presenciais, mas com lotações reduzidas nos estabelecimentos.


Entretanto, o monitoramento de deslocamento por geolocalização anônimo indicou que o isolamento social ficou em cerca de 35%, abaixo do pretendido pelo governo do Estado, que esperava uma redução de 50% na mobilidade dos paranaenses.

Publicidade


‘Virtualmente zero’

Com participação de representantes da Sesa (Secretaria Estadual da Saúde) e do Ministério da Saúde, além de defensores públicos, procuradores públicos e representantes do MPE e MPF, a audiência judicial serviu para deixar claro que a maior limitação em um possível aumento no número de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no Paraná é de pessoal.


LEIA MAIS: "O preço a pagar por um lockdown completo seria o caos social", diz diretor-geral da Secretaria Estadual de Saúde

Publicidade


Questionado sobre o numero de profissionais capacitados para atuar nestas unidades, o diretor de Gestão em Saúde da Sesa afirmou que "é praticamente nulo, como em todos os outros Estados”. "Nossa limitação é de pessoal. Recursos, equipamentos, isso é administrável”, afirmou.


Isso ocorre porque há poucos profissionais especializados em terapia intensiva para cuidar de novos leitos de UTI, tanto na rede pública quanto na privada, e os que já estão na linha de frente, estão dobrando ou triplicando seus turnos. "E isso é prejudicial para o atendimento”, disse Filipak à magistrada.

Publicidade


Diante disso, Filipak afirmou que a viabilização de estrutura física de hospitais de campanha seria possível, mas não haveria equipe para operacionalizar. Já a terceirização destes hospitais encareceria em até dez vezes em relação aos custos operacionais do próprio Estado, segundo o diretor da Sesa, com o adendo de que seria uma prestação de serviços, ou seja, ao fim da necessidade, os equipamentos seriam retirados.


Luiz Otavio Franco Duarte, responsável pela Saes (Secretaria de Atenção Especializada à Saúde ) confirmou a disponibilidade de recursos do do Ministério da Saúde para a instalação de leitos de UTI para qualquer Estado, a um custo de R$ 1,6 mil mensais. Entretanto, a administração é tripartite (governos federal, estadual e municipal) e o pedido deve partir do gestor local. "O orçamento para leitos é orçamento de guerra. Se o Estado do Paraná precisar de mil leitos, nós vamos nos esforçar para viabilizar”, afirmou.


Atualmente, o Ministério da Saúde tem o pedido de 244 leitos a serem instalados no Paraná. A solicitação, entretanto, foi feita em dezembro.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade