Tem início nesta sexta-feira (8) o Alerta Geada, uma ferramenta que auxilia os cafeicultores a decidir sobre a adoção de medidas de proteção das lavouras contra o fenômeno. Entre maio e setembro, pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo que pode ser acessado gratuitamente [b]aqui, na página do Simepar (www.simepar.br), ou ainda pelo telefone (43) 3391-4500, neste caso ao custo de uma ligação para aparelho fixo.
Quando ocorre a aproximação de massas de ar frio com potencial para formar geadas que causem danos à cafeicultura, é emitido um pré-alerta pela imprensa, redes sociais e, para técnicos e produtores cadastrados, por e-mail ou "torpedo" no celular. Se as condições desfavoráveis se confirmam, um aviso de ratificação é expedido 24 horas depois.
RECOMENDAÇÕES – Cafeicultores que têm lavouras com idade entre seis e 24 meses devem amontoar terra no tronco dos cafeeiros – prática que os produtores chamam de "chegamento de terra" – ainda neste mês de maio, para proteger as gemas e facilitar a rebrota no caso de geada severa. A proteção deve ser retirada no final do período frio, em meados de setembro; se isso não for feito, as plantas podem sofrer danos por "afogamento do caule", que são lesões provocadas por altas temperaturas.
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Em plantios novos, de até seis meses de idade, a recomendação é simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do aviso de Alerta Geada; viveiros devem ser abrigados com cobertura vegetal ou de plástico. Nesses dois casos, a proteção deve ser retirada tão logo cesse o risco.
PARANÁ – A cafeicultura ocupa no Paraná uma área de 52,9 mil hectares. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 10 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. Espera-se uma produção de um milhão de sacas beneficiadas em 2015, informa o economista Paulo Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab).
Franzini calcula em cerca de R$ 12 mil o valor necessário para implantar um hectare de café. "Esse patrimônio pode ser protegido com baixo custo, considerando que a adoção das medidas de proteção exige apenas mão-de-obra", conclui.
Concebido originalmente para a proteção do parque cafeeiro paranaense – distribuído pelas regiões norte, noroeste e parte do oeste do estado –, pesquisadores e profissionais da assistência técnica vêm observando que outras áreas utilizam o Alerta Geada para orientar suas atividades, caso dos produtores de hortaliças, construção civil, setor de turismo e eventos e comércio de vestuário.
O Alerta Geada é uma iniciativa do Iapar em parceria com o Simepar, e conta com o apoio da Seab, Emater-PR, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.