Servidores municipais de Cambé, região metropolitana de Londrina, deflagraram greve nesta terça-feira (14) por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam 10% de reposição salarial, sendo 7,7% de reajuste inflacionário (INPC) e 2,3% de aumento real. Melhorias nas condições de trabalho e aumento de R$ 60 para R$ 150 no vale alimentação também estão na lista de exigências.
Cerca de 100 servidores se reuniram em frente à sede do Sindicado dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserv) nesta manhã e seguiram em direção ao prédio administrativo da Prefeitura. Carregando cartazes de protesto, os manifestantes pediam a presença do prefeito. "Estamos na rua, prefeito a culpa é sua", gritavam eles.
Devido à mobilização, serviços básicos e essenciais operam com contingente reduzido. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e coleta de lixo atendem com apenas 30% do efetivo. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do centro, Jardim Santo Amaro, Guarani, Jardim Silvino e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) há ausência parcial de funcionários.
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As escolas municipais Santos Dumont e Professora Lourdes Gobi Rodrigues fecharam as portas e dispensaram os alunos. Os zeladores do Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) Eufrazina Minervina de Jesus optaram pela paralisação e suspenderam as atividades. O CEMEI Zilda Arns Neumann atende normalmente, mas com pessoal reduzido.
Segundo o Sindiserv, a categoria tenta negociar o reajuste desde janeiro com a Prefeitura; a data-base é março.
O chefe do Executivo, João Pavinato, propõe a reposição de 7,7%. Segundo ele, o aumento real não é possível devido à falta de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pelo governo Federal. "Eu não posso dar aumento hoje para que, daqui um mês, ocorra outra paralisação por não recebimento de salários. Abrimos nossas contas para o sindicato, mostramos todos os valores arrecadados e eles não entenderam", disse em entrevista ao Portal Bonde.
O prefeito adiantou, ainda, que vai recorrer à Justiça para que a greve seja considerada ilegal. "Entendemos essa atitude como radicalização do sindicato". Apesar disso, Pavinato disse estar disposto a "acolher qualquer conversa com a entidade" para reafirmar a proposta de reajuste inflacionário.
Em nota, a Prefeitura de Cambé informou que paga R$ 70 de vale alimentação para cada servidor e estuda elevar o valor para R$ 80. A prefeitura alegou, ainda, que apenas 200 dos 2,5 mil funcionários aderiram à paralisação dos serviços.
(Com informações da repórter Viviani Costa, da Folha de Londrina).