A Urbs (Urbanização de Curitiba) suspendeu o repasse de verba para as linhas do transporte coletivo que ligam a capital às cidades da Região Metropolitana de Curitiba. A suspensão passou a valer na última quarta-feira (15). A empresa alega que o governo do Estado não repassou parcelas do subsídio ao transporte. O governo, entretanto, diz que os pagamentos estariam em dia.
Segundo a empresa, que administra tanto o transporte da capital quanto a Rede Integrada de Transporte (RIT), haveria um histórico de inadimplência por parte do governo do Estado. A verba seria repassada mensalmente, em parcelas de R$ 5 milhões, para o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC).
O presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse que após a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná firmarem um convênio para o repasse da verba, havia a previsão do pagamento mensal. Porém, entre julho e setembro do ano passado, o estado já estava com uma parcela atrasada.
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Com isso, para manter o sistema de transporte metropolitano em operação, verbas do Fundo de Urbanização foram utilizadas mesmo sem o repasse do Palácio Iguaçu. "Dentro desse espírito de continuidade do transporte, foi feito um esforço para manter esse pagamento", diz Gregório.
Entretanto, no final do ano passado, o governo teria deixado de pagar mais uma parcela do subsídio, o que tornaria inviável manter o repasse. "Não tem como o Fundo manter isso", completa. Atualmente estariam atrasadas as parcelas de dezembro e janeiro do ano anterior.
Para Gregório, com o fim do repasse, há riscos de prejuízos aos passageiros das 13 cidades da RMC que fazem parte da RIT. "Isso vai depender agora da relação das empresas de transporte com o governo do estado", acredita Gregório.
Sem atrasos - em nota, o governo do Paraná rebateu a acusação da Urbs e disse que desconhece qualquer inadimplência da gestão de Beto Richa no pagamento à prefeitura de Curitiba. Os repasses, diz a nota, são feitos no dia 20 de cada mês. A parcela de janeiro ainda será depositada, portanto, na próxima segunda-feira (20).
O governo criticou a atitude da prefeitura. "A alegação de que há inadimplência por parte do Estado e que isso afeta o funcionamento normal da RIT já foi feita pela Prefeitura de Curitiba anteriormente, sem que a situação se confirmasse".
Queda de braço - desde o início da gestão de Gustavo Fruet na prefeitura de Curitiba, a capital e o Estado travam um jogo de empurra-empurra sobre as responsabilidades do transporte coletivo da Grande Curitiba. A prefeitura, por meio da Urbs, realiza a gestão das linhas metropolitanas das 13 cidades que integram a RIT.
Contudo, por causa dos problemas com o aumento da tarifa de ônibus, em especial da tarifa técnica, a empresa agora joga a responsabilidade para a que Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) gerencie o transporte das demais cidades. A Comec, por sua vez, ainda não realizou qualquer licitação para operar a RIT.