A Polícia Civil abriu inquérito para apurar agressão contra o aposentado Francisco Matias Ferreira, 79 anos, no Posto de Saúde Nis 3, Zona Norte de Maringá. O aposentado estava em crise de diabetes e durante o atendimento sofreu uma fratura na mão esquerda e lesões nos dois braços. A família registrou a ocorrência e também pediu providências na Ouvidoria da Prefeitura de Maringá.
Segundo a filha do aposentado, Tania Matias Ferreira, 53, o atendimento foi realizado na segunda-feira à noite, mas só na terça, funcionários de um outro posto de saúde da cidade tiraram radiografia e constataram a fratura na mão. Tania contou que quando chegou no Nis 3, seu pai estava sentado, com os olhos vermelhos e machucado. ''Quando perguntei o que havia ocorrido, me disseram que precisaram amarrá-lo na cama'', disse a filha.
Tania afirmou que decidiu procurar a polícia porque ficou chocada com a forma de atendimento e também pelo fato do pai ter saído do Nis 3 sem orientação médica ou prescrição para remédios. ''Não é certo o que fizeram com o meu pai que é uma pessoa idosa e nunca precisou ser amarrado para receber tratamento'', disse Tania.
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A mulher do aposentado, Olímpia Inácio Ferreira, 75, que acompanhou o marido no Nis 3, contou na polícia que ouviu um dos funcionários do posto dando ordens para que Francisco fosse amarrado na cama. Olímpia disse que em seguida o colocaram na cama e amarraram os dois braços para trás, momento em que os dedos teriam sido quebrados. ''Ele (Francisco) chorava muito e pedia por socorro'', afirmou Olímpia.
Segundo a diretora de Promoção e Assistência da Secretaria Municipal da Saúde, Regina Delatorre, a partir da denúncia na ouvidoria, um inquérito administrativo foi aberto para apurar se houve ou não excessos durante o atendimento do aposentado. ''A contenção do paciente é um procedimento normal da enfermagem e é realizada quando a pessoa está descontrolada'', afirmou Regina. Conforme a diretora, pacientes em crise de diabetes têm uma tendência a ficarem nervosos e fora do controle. ''A pessoa idosa é mais sensível e por isso o próprio procedimento da contenção pode ter provocado as lesões'', admitiu Regina.