As investigações do assalto a um carro-forte no aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (RS), apontam que os criminosos fizeram um plano elaborado que incluía o uso de falsas viaturas da Polícia Federal e uma van identificada como transporte escolar.
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Na noite de 19 de junho, nove homens armados com fuzis e metralhadoras invadiram o aeroporto na serra gaúcha e levaram uma quantia de R$ 14,4 milhões em espécie.
A investigação da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat) da PF revelou que os assaltantes entraram no terminal aéreo se identificando como agentes da corporação.
Imagens das câmeras de segurança do aeroporto obtidas pela TV Globo e divulgadas pelo Fantástico neste domingo (29) mostram dois carros pretos com adesivos amarelos semelhantes a viaturas, dirigidos por pessoas usando roupas com o brasão da PF estampado.
O grupo rendeu funcionários da empresa de segurança que faziam transporte de R$ 30 milhões, trazidos de Curitiba por uma aeronave da Caixa Econômica Federal.
Segundo a polícia, os assaltantes utilizaram uma van com placa clonada e sinalização de veículo escolar para escapar de cercos policiais.
Ao todo, 13 carros foram utilizados no crime, dentre eles caminhonetes blindadas, segundo a investigação. Durante a fuga, uma caminhonete com mais de R$ 15 milhões foi deixada para trás. Outros veículos foram encontrados abandonados em um bairro rural da cidade.
A troca de tiros com a equipe de segurança e policiais deixou dois mortos, o 2º sargento da Brigada Militar do RS Fabiano Oliveira, 47 e um dos assaltantes. Outro envolvido no assalto foi morto em São Paulo, ao resistir à prisão.
No dia 10 de setembro, o Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal 19 pessoas acusadas de envolvimento no assalto pelos crimes de latrocínio, organização criminosa com uso de arma de fogo, posse de arma de fogo de uso restrito, explosão, uso de sinal público falsificado e adulteração de placas de veículos. Dos 19 acusados, 13 já foram presos.
O MPF diz que o assalto foi executado em uma associação entre a facção gaúcha Bala na Cara com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e que cinco envolvidos viajaram de São Paulo para participar do crime.
O crime ocorreu em um período de movimentação acima da média no aeroporto de Caxias do Sul, devido ao fechamento do aeroporto internacional Salgado Filho em Porto Alegre após o alagamento durante a tragédia climática de maio.