O juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio, revogou na última sexta-feira (17) a prisão preventiva de David Thiago de Souza Lima, 23 anos, baleado pela Polícia Militar em cima de um telhado depois de fugir de uma tentativa de abordagem no jardim Ana Terra, zona oeste de Londrina. A cena foi filmada e divulgada nas redes sociais. Apesar da decisão, o rapaz, que recentemente recebeu alta do hosptal, vai permanecer na cadeia.
Lima não será solto porque ainda possui um mandado de prisão por ter escapado da cadeia de Bela Vista do Paraíso, onde estava cumprindo pena por furto. A advogada dele, Aline Kerolin Capocci, já entrou com recurso para derrubar o despacho. Os policiais que atiraram na perna do jovem foram afastados pelo major Nelson Villa, comandante da 4ª Companhia Independente, e respondem um IPM (Inquérito Policial Militar).
A PM diz ter apreendido uma pistola 9mm e um colete balístico com o acusado. Mas o promotor Ródney André Cessei explicou que, após o término do inquérito, "ainda há pontos que precisam de maiores esclarecimentos". Para ele, "existem dúvidas da materialidade do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Não ficaram evidentes as circunstâncias em razão do suposto confronto entre o autuado, um comparsa e os policiais militares que atenderam a ocorrência".
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Analisando o vídeo que mostra David Lima sendo baleado, o promotor disse que "aparentemente, ele não trazia nenhuma pistola em suas mãos. Contudo, as imagens não possuem boa qualidade, como também não é possível saber em que momento do cerco elas se iniciam. Também não se consegue visualizar a mão direita do suspeito até o momento do disparo. De acordo com o boletim de ocorrência, a arma teria sido derrubada na hora em que a PM atirou contra o indiciado".
Por isso, o Ministério Público solicitou que a Polícia Civil pegue novamente o depoimento dos agentes que perseguiram o suspeito e das testemunhas que fizeram o vídeo do momento dos tiros. Além disso, foi pedida a investigação do segundo homem eventualmente envolvido no confronto e um novo interrogatório de Lima. As diligência devem ser feitas em até 30 dias, prazo que não pode ser prorrogado.