As polícias civis de Londrina e Cambé (13 km a oeste de Londrina) acreditam que uma quadrilha de falsificadores de cheques está atuando no norte do estado.
As suspeitas partem de um inquérito que corre no 1º Distrito Policial (DP) de Londrina desde dezembro do ano passado e dos nove cheques clonados da Prefeitura de Cambé, que somam R$ 29.637,00, e cuja existência foi informada pelo banco Itaú esta semana.
Em Londrina, o jornalista Osvaldo, que preferiu ser identificado por um pseudônimo, teve dois cheques seus do Itaú clonados nas últimas semanas.
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O primeiro caso foi de um cheque de R$ 15,00 que ele deu há duas semanas para pagar uma conta num bar.
''O banco me informou que uma pessoa tentou sacar um cheque com o mesmo número de série, mas no valor de R$ 1.020'', diz o jornalista.
Além disso, Osvaldo teve clonado um cheque que ele nunca utilizou.
''Este tinha o mesmo número de um cheque de um talão que tenho em casa, que ainda não usei. Desta vez, eram R$ 3.040'', afirma ele.
O banco percebeu as falsificações e não pagou os cheques.
O delegado Marcos Belinati, do 1º DP, abriu inquérito no final do ano passado para apurar o caso de uma empresa de pronta-entrega cuja conta corrente recebeu depósitos de cheques clonados que somam mais de R$ 20 mil.
Desde então, pelo menos quatro pessoas procuraram a polícia dar queixa.
''Eram documentos de várias instituições bancárias'', diz o delegado. O inquérito está em andamento.
Em Cambé, os nove cheques clonados eram todos do Itaú.
No caso, os números de série eram falsos, mas os campos com os números da conta da Prefeitura foram clonados, assim como a assinatura do secretário de Fazenda, Saturnino Disney Reche, e da tesoureira da Secretaria.
''É possível dizer que se trata de uma quadrilha. Estudei grafoscopia e posso afirmar que dois dos nove cheques foram assinados no verso, para endossar o documento, pelo mesmo punho. Outros dois cheques também apresentaram esta coincidência'', diz Reche.
O delegado Antônio do Carmo diz que não existe ''milagre'' para evitar que um cheque seja clonado, pois um criminoso pode ter acesso a um documento para cópia de várias formas - assaltos, furtos ou mesmo pela simples circulação do cheque.
''O comerciante deve desconfiar de cheques estranhos e de clientes que não conhece'', afirma o delegado. A Folha requisitou informações à assessoria do Itaú, que informou que não localizou ninguém para comentar os fatos.