Cinco policiais militares de Mallet, a 230 quilômetros de Curitiba foram presos acusados de tortura, abuso de autoridade e lesões corporais contra adolescentes da cidade. Um outro PM envolvido nos caso ainda não foi encontrado. Todos também foram afastados de suas funções pela juíza Vanessa Camargo, que acatou a denúncia do Ministério Público.
O sargento Marco Aurélio Carvalho, os soldados Renato Kruger, Lauro Elias Zavaly e Rogério da Silva Pinto e o cabo José Valdevino Fagundes estão recolhidos desde segunda-feira à tarde em União da Vitória, na sede do Comando da 2ª Companhia Independente de Polícia. O soldado Herlon César Siqueira, não localizado, que estaria em Santa Catarina. Os mandados de prisão estão sendo cumpridos pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC/Gerco).
A denúncia foi protocolada pela promotora Danielle Garcez da Silva, a partir de depoimentos de 12 vítimas dos policiais. Ela descreve dez casos com abordagens violentas feitas pelos policiais, principalmente contra adolescentes, que não estariam praticando nenhum ato ilícito.
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A promotora conta que foi procurada pelo Conselho Tutelar do Município relatando um caso de tortura policial e, a partir disso, várias outras pessoas foram até a promotoria para relatar histórias semelhantes. ''Os depoimentos são muito coerentes e as versões contadas por pessoas diferentes ratificam a veracidade dos fatos descritos na denúncia'', afirma.
Os policiais não foram autorizados a dar entrevista por telefone e ainda não têm advogado constituído para sua defesa. O comandante da PM em União da Vitória, tenente Dicesar, não foi encontrado pela Folha para falar sobre o assunto.
O crime de tortura é inafiançável. Se forem condenados, os policiais podem perder o cargo e pegar de dois a oito anos de reclusão. Como os denunciados são agentes públicos e os crimes foram cometidos contra adolescentes, a pena pode ser aumentada de um sexto a um terço.
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