Os proprietários de dois ferros-velhos de Londrina foram presos na manhã de quinta-feira, suspeitos de terem adquirido fios elétricos roubados. A operação realizada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), de Curitiba, apreendeu ainda 300 quilos de alumínio escondidos dentro de compartimentos de refrigeradores, encontrados em meio à sucata.
Conforme o delegado Francisco Caricati, do Cope, a operação começou às 7 horas e contou com o trabalho de 15 policiais além de 20 técnicos da Copel, das empresas de telefonia fixa Sercomtel e GVT e das empresas de telefonia celular Tim, Brasil Telecom, Vivo e Claro. Foram vistoriados 24 locais, inclusive ferros-velhos de pequeno, médio e grande porte.
Os donos das empresas, que ficam na Zona Norte e no Centro da cidade, foram autuados em flagrante por crime de receptação qualificada, o qual prevê uma pena que varia de três a oito anos.
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Os proprietários dos ferros-velhos e a mercadoria apreendida foram encaminhados à 1Subdivisão Policial (SDP) de Londrina, onde permanecem detidos. Parte do alumínio resgatado pelos policiais foi deslocada para a 5 SDP.
A quantidade de alumínio apreendida foi considerada grande pelo delegado do Cope. ''Esta foi uma das maiores apreensões de alumínio feita pelo Cope em anos. Como é leve, parece pouco, mas se fosse em cobre, pesaria toneladas'', assinalou Caricati.
Segundo ele, o material seria utilizado basicamente para a trasmissão de energia elétrica pela Copel. Com o crescente número de furtos de fios de cobre, a empresa tem preferido trocar o cobre por alumínio na construção da rede elétrica, justificou o delegado. ''O Norte do Paraná é hoje a região onde há a maior incidência de furtos de cabos elétricos no Estado por isso voltamos as operações para cá'', completou.
Há pouco mais de três meses o Cope realizou uma grande apreensão de fios elétricos em Londrina e há duas semanas, a mesma operação também foi realizada em Cornélio Procópio, Região Norte, e Jacarezinho, no Norte Pioneiro, quando foram realizadas três prisões. ''Só este ano já foram apreendidas 50 toneladas de fios de cobre em todo o Paraná'', calculou o delegado.
''Este tipo de furto normalmente é feito por quadrilhas especializadas e acontece porque há demanda pelo material. O valor do alumínio é calculado de acordo com a cotação no mercado internacional. Em época de baixa, diminuem os roubos, mas quando o preço sobe, cresce também a ação dos bandidos'', explicou Caricati.
Conforme ele, a lista com os 24 nomes de ferros-velhos de Londrina que poderiam estar envolvidos no esquema de receptação foi elaborada pelo Cope, em parceria com a Copel e a Brasil Telecom. ''Dessa vez só foram apreendidas duas pessoas porque o material foi encontrado apenas nestes dois lugares, mas este tipo de operação deve ser frequente e periódica. É um trabalho que não termina hoje.''
Folha de Londrina