O delegado Andrei Renan Gonçalves Cordeiro, que estava respondendo pela Delegacia de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba) desde o início do mês de junho, foi preso na noite de quarta-feira por policiais do Departamento de Assuntos Internos da Corregedoria Geral da Polícia Civil. A prisão preventiva do delegado foi decretada pela Justiça de Araucária, a pedido da promotora Cláudia Regina. O delegado é acusado de conivência e participação em casos de tortura e de extorsão.
No último dia 11, foram presos três funcionários da delegacia. O superintendente Edson Vieira, a investigadora Gema Flemming e o escrivão Mateus Davi da Cunha. Eles foram acusados pelo ex-detento Dirceu Fernandes - preso por receptação e corrupção de menores - de agredirem fisicamente os presos e extorquirem deles cerca de R$ 10 mil. Eles foram encaminhados para uma ala especial para policiais civis da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
O delegado Adauto Abreu de Oliveira, corregedor da Polícia Civil, disse que algumas testemunhas do procedimento investigatório apontaram o delegado Andrei como participante das transações realizadas pelos policiais civis. "O Ministério Público deve ter indícios suficientes para apresentar denúncia contra ele nos próximos dias", apontou o delegado.
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A corregedoria pretende enviar hoje ao Ministério Público um relatório sobre as investigações realizadas para o Conselho da Polícia Civil. Nos próximos dias, o delegado Andrei deverá ser ouvido pela Justiça.
Entre as provas apontadas nas investigações do MP e da corregedoria estão laudos do Instituto Médico Legal (IML) que apontariam lesões em alguns presos. Os casos mais graves teriam sido cometidos contra um adolescente e o preso José Marcos de Lima, ambos detidos por furto.
Ontem, a delegada Delair Manfron - que estava atuando na Delegacia da Mulher do município - assumiu provisoriamente a delegacia de Araucária.