Um jovem universitário de 27 anos foi agredido a golpes de garrafa e chutes por supostos apoiadores do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), no início da noite de terça-feira (9), nas proximidades da reitoria da UFPR (Universidade Federal do Paraná), região central de Curitiba. Segundo informações do DCE (Diretório Central Estudantil) da instituição, na hora do ataque, o rapaz, da comunidade acadêmica, utilizava um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
De acordo com informações da PM (Polícia Militar), tudo indica que os autores pertencem à torcida organizada do Coritiba, clube de futebol paranaense, uma vez que trajavam camisetas do time. Em sua conta no Facebook, o DCE afirma que eles gritavam "Aqui é Bolsonaro!" ao cercar o estudante.
Um funcionário da Biblioteca Central da UFPR, para onde o grupo seguiu, comunicou aos policiais que os agressores danificaram vidros do prédio. Também foi relatada depredação das janelas da Casa da Estudante Universitária, que fica ao lado da biblioteca.
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Apresentando ferimentos cobertos de sangue, a vítima foi levada ao Hospital Universitário Cajuru, em uma ambulância do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência).
Em nota, a UFPR lamentou o ocorrido, destacando que repudia qualquer tipo de violência. "A Universidade Federal do Paraná lamenta profundamente o ato de violência ocorrido em frente às suas dependências. Um membro da comunidade foi vítima de agressão física, aparentemente por seu posicionamento político. Ele já foi encaminhado para atendimento médico e não corre risco de morte", diz o informe.
A Pró-reitoria de Administração e a Superintendência de Infraestrutura foram acionadas e tomaram providências para garantir a segurança no local. Boletins de ocorrência foram registrados.
"A UFPR repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, de preconceito ou de discriminação e entende que os espaços universitários são ambientes de debate e do exercício de liberdade de opinião. Um espaço histórico e simbólico que deve se manter pleno da democracia e de continua resistência à intolerância, à violência e banidas as formas de opressão."
A Agência Brasil procurou a Polícia Civil para saber das investigações. A assessoria afirmou que prestará as informações na parte da tarde em coletiva para a imprensa.
No último domingo (7) um mestre de capoeira foi morto, na Bahia, por um apoiador de Bolsonaro, após uma discussão política. Perguntado sobre o episódio, o candidato disse que lamenta o fato. "Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões e milhões de pessoas que me apoiam", disse.