O fisioterapeuta Tadeu Procópio, de 34 anos, foi preso preventivamente na manhã do último dia 20 acusado de crime de estupro em Londrina. Até a noite desta sexta-feira (28), ele permanecia preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina). O caso está em segredo de justiça, segundo a promotora de Justiça Susana de Lacerda.
De acordo com Bárbara Stegmann, advogada da vítima, os dois estavam em uma boate da cidade junto com outros amigos, mas nem eles e nem os amigos se conheciam. "A amiga dela foi embora com um amigo dele, ela [vítima] ia chamar um Uber e ele [Tadeu Procópio] ofereceu uma carona. Ela o conhecia de vista e achou que não teria problema. Mas ao invés de seguir para a casa dela, ele desviou o caminho e parou para comprar droga no meio do nada e, em seguida, seguiu para a casa dele", conta a advogada. "Não houve paquera entre eles na boate. Foi apenas uma carona", acrescenta.
Conforme Stegmann, a violência começou quando chegaram à casa do fisioterapeuta e ele não queria emprestar o celular para que ela chamasse um Uber. "O celular dela caiu no meio da boate e quebrou o touch. E durante a violência e o estupro, o celular dela estava tocando, apesar dela não conseguir usá-lo, ele estava recebendo ligações normalmente. E neste momento ele jogou a bolsa dela pra longe para que não pudesse ter acesso ao celular. Na hora de ir embora, após horas de abuso, ela chamou um Uber do celular dele", explica.
Leia mais:
Polícia Rodoviária Federal apreende mais de 200 quilos de cocaína na região de Londrina
Polícia Rodoviária Estadual apreende maconha em carro após perseguição em Sertaneja
Anuário de Segurança indica os dias e os horários preferidos pelos golpistas no Paraná
Dez são presos por emboscada a cruzeirenses; presidente da Mancha continua foragido
Segundo a advogada, sua cliente foi à Delegacia da Mulher e também ao MP (Ministério Público), além de passar por exames no IML (Instituto Médico-Legal) de Londrina e por atendimento médico. "O MP entendeu que era um caso de pedir a prisão preventiva pela gravidade do caso e também por ter indícios suficientes do crime de estupro. Um juiz decretou o pedido de prisão e ele [Tadeu] foi preso no último dia 20. Em seguida, o investigado entrou com um pedido de soltura, mas um segundo juiz negou e ele continuou preso. Depois, a defesa do investigado impetrou HC [habeas corpus] e um terceiro juiz também negou a liminar e o acusado permaneceu preso."
Conforme Stegmann, o caso passou por três juízos diferentes e todos fizeram com que o investigado permanecesse preso. "Há indícios e provas suficientes, como a credibilidade da fala da vítima e pelos laudos do IML, que mostraram que houve sim violência. Os laudos foram feitos por peritos do governo do Estado. Não houve consentimento da vítima em momento algum. Ela não o conhecia", ressalta. "Esse é um dos casos mais graves que já chegou até a mim. Ela está traumatizada e com medo de sair na rua, embora ele esteja preso", pontua.
DEFESA
Para o advogado de defesa Josafar Augusto da Silva Guimarães, a acusação é injusta. "Nós impetramos o habeas corpus e estamos esperando que seja julgado. A pessoa estaria bêbada e foi uma relação sexual normal, com consentimento. Não houve violência e os laudos vão mostrar isso também", declara. "A prisão foi cumprida no dia da viagem dele, propositalmente. Em breve vamos provar a inocência dele", aponta.
Ainda de acordo com Guimarães, o investigado se apresentou à delegacia e indicou testemunhas. Entre elas estão o porteiro do prédio em que ele mora e o motorista de Uber que levou a suposta vítima para sua residência. "O porteiro afirmou que os dois entraram se beijando no elevador e o motorista relatou que ela estava normal no carro quando seguia para sua casa."