O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizou nesta quinta-feira (1º) operação de repressão a desvio de cargas em cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. O Gaeco busca cumprir 24 mandados de prisão preventiva, mandados de busca e apreensão contra 30 pessoas e 11 mandados de condução coercitiva. Além de Londrina, a operação Água Benta também passou por outras nove cidades paranaenses, além de cinco no Mato Grosso do Sul, Amparo (SP) e Goiânia.
Entre os conduzidos à sede do Ministério Público em Londrina está um escrivão da 10ª Subdivisão Policial acusado de registrar boletins falsos de roubos de cargas para driblar as investigações.
A investigação, conduzida pelo núcleo do Gaeco em Cascavel (Oeste), visa apurar a existência de organização criminosa que desviava cargas de soja para Dourados (MS) e de produtos alimentícios e de limpeza para uma rede de supermercados do Sudoeste do Paraná e uma indústria de alimentos de Pato Branco.
Leia mais:

Radar com efeito Doppler: a tecnologia que flagra mau motorista de longe

PM encontra pés de maconha em quintal de casa em Califórnia

Idoso cai em golpe de falso funcionário de banco e perde mais de R$ 30 mil em Rio Bom

Funcionária é acusada de ajudar em furtos avaliados em mais de R$ 11 mil de mercado em Arapongas
Envolvendo policiais e promotores de Justiça dos Núcleos do Gaeco dos quatro estados, além das Corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar e destacamentos locais, a ação abrange os municípios de Realeza, Cascavel, Londrina, Maringá, Terra Roxa, Guaíra, Pato Branco, Capitão Leônidas Marques, Boa Vista da Aparecida, Brasilândia do Sul (todos no Paraná), Campo Grande, Dourados, Cassilândia, Três Lagoas, Corumbá (todas no Mato Grosso do Sul), Amparo (SP) e Goiânia.
Motoristas de caminhão freteiros eram cooptados por um núcleo de empresários para o desvio de cargas, simulando assaltos em que diziam terem sido dopados com um líquido. Os falsos assaltos eram registrados em várias delegacias mediante suborno de cerca de R$ 10 mil por boletim, pago a policiais civis, com envolvimento de um policial militar. Em alguns casos, houve participação de advogados para a lavratura falsa dos boletins. São investigados cerca de 25 motoristas, dez empresários e dez policiais.
Foi decretada a prisão preventiva de sete empresários e três funcionários de empresas envolvidas, um advogado, um delegado de polícia, quatro investigadores, um policial militar e sete motoristas. Também foi determinado pelo Juízo de Terra Roxa (Oeste paranaense) o bloqueio de bens e valores.